Não raras vezes tem André Villas-Boas salientado que o sentimento de pertença dos sócios relativamente ao FC Porto tem vindo a desaparecer. Na noite desta terça-feira, em Felgueiras, o candidato à presidência deu a conhecer algumas ideias que podem aproximar mais a equipa dos portistas, assim como melhorar a experiência de ver um jogo no Dragão.
"Acho que há várias coisas que são fáceis de resolver. O treino do dia 1 desapareceu e é um treino de todas as famílias, de todos os emigrantes. Há pessoas que tem tempo para ver jogos no Dragão e essa era uma oportunidade de criar proximidade, era um bem que o FC Porto tinha e não pode perder", começou por exemplificar, prosseguindo: "No outro dia, nestas coisas que aparecem nos algoritmos do Instagram de cada um, apareceu-me uma chegada da Juventus e do Inter ao estádio. O autocarro não pára dentro do parque de estacionamento, pára cá fora e há barreiras. Isto é muito comum em Inglaterra. Há barreiras e todos os jogadores, todos os técnicos, passam diretamente pelas entrada 1 ou VIP, digamos assim, e descem ao balneário pelas bancadas. E os adeptos estão a incentivá-los, há essa proximidade com os adeptos. Mais: nos jogos da Premier League e às vezes em França, o túnel de entrada no relvado é aberto, com os sócios a poderem comprar esse espaço para ver os jogadores entrar para o relvado. Os jogadores estão no túnel antes de entrar para o relvado, e esse espaço é um espaço de hospitalidade, ou um premium seating, digamos assim, que pode ser comprado, mas que traz proximidade com os adeptos."
Outro desejo de André Villas-Boas é dinamizar o Dragão, fazendo algo que, em Portugal, o Benfica já faz. "Há coisas mais difíceis, ou, difíceis não, mas mais custosas de implementar. O espetáculo de luzes, que alguns clubes já têm, antes dos jogos, é brutal. Eu gosto. Mas tem um custo elevado. Que capacidade é que tem o FC Porto de um dia montar um espetáculo como aquele? Que custo, com a capacidade de implementação de me dar uma outra forma de viver o Dragão. Ainda por cima, tendo em conta a própria arquitetura do Dragão, que seria propícia a este jogo de luzes", considerou.
Por José Santos