FC Porto-Atlético, 2-1: Dragão em regime de poupança

FC Porto-Atlético, 2-1: Dragão em regime de poupança

Uma exibição útil do FC Porto bastou para resolver o problema da passagem à quinta eliminatória da Taça de Portugal. Diante de um adversário com história no futebol nacional, os dragões foram diligentes profissionais. Com uma equipa recheada de jogadores que habitualmente não são titulares, a gestão do esforço foi cuidada, o que permitiu ao Atlético manter o seu reduto incólume quase até ao final do primeiro tempo.

Mesmo cumprindo a obrigação de jogar ao ataque, os portistas estiveram longe da agressividade que tem caracterizado as suas exibições a outros níveis de competição. O aproveitamento mortífero que fez a imagem de marca do dianteiro Pena, ou da própria equipa diante de Aves e Espanyol, deu lugar a uma versão muito mais distendida. O hispano-argentino Pizzi funcionou, aliás, como paradigma, reclamando para si o direito a errar seis remates como contraponto ao golo que conseguiu colocar no registo pessoal.

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Deu até a impressão que a efusiva troca de cumprimentos que se verificou entre os jogadores antes do apito inicial de Augusto Duarte contagiou a tónica do encontro. Entre amigos de longa data não é de bom tom que se façam desfeitas. O cavalheirismo do FC Porto fê-lo reprimir o apetite pelo golo, já que não era essencial mexer com a honra de uma equipa com verdadeiros "dinossauros" do futebol português. Nunca se colocaram dúvidas em relação ao vencedor e o tento do clube de Alcântara acabou por ser um justo rebuçado por tanta abnegação.

A atitude inicial do Atlético até foi interessante. O técnico António Veloso entendeu que não devia correr o risco de tentar segurar o FC Porto na defensiva e apostou tudo na organização a meio-campo. Carlos Vaz e Quim Zé formavam a dupla de trincos, à qual cabia preencher os espaços deixados abertos na primeira linha de combate onde Filipe regia o centro, deixando para Amaral e Fajardo os flancos. Ao dianteiro Nélson era pedido que não deixasse esmorecer a pressão sobre os centrais. Pretendiam assim os visitantes condicionar seriamente a transposição dos azuis e brancos para o ataque.

Suplentes de luxo

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Em relação ao jogo da passada quinta-feira, em Barcelona, Fernando Santos apenas manteve três titulares. No entanto, o título de suplentes apenas pode ser atribuído entre aspas a homens como Capucho ou Alenitchev. Por isso, estava garantida uma base de qualidade e ritmo de jogo capaz de minimizar os riscos de repetição de episódios menos felizes vividos nas Antas diante de equipas da II B em encontros da Taça.

Num relvado onde se faziam sentir os efeitos da incessante chuva e em que a visibilidade nem sequer era a melhor, o FC Porto tirou partido da lentidão inicial de processos para ir fazendo um estudo do ambiente e do adversário. Dedicados quinze minutos à tarefa, começou então o que se pode intitular de desenrolar natural dos acontecimentos. Mesmo optando por soluções simples, não era difícil aos portistas criar oportunidades.

A sensação de segurança chegou até a permitir alguma parcimónia, custando a entender por que Paulinho Santos teimava em ficar encostado aos centrais, quando a sua colaboração seria importante em terrenos mais adiantados. Chainho precisava de apoio e Alenitchev de liberdade para explanar o seu tecnicismo. A chegada do nevoeiro, por alturas da meia hora, contrastou com a maior lucidez de ideias do FC Porto.

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O intervalo aproximava-se e a agressividade crescia. Clayton obrigou Carlos Pereira a defender com o pé direito, aos 39 m, sendo este o prenúncio para o golo que se aproximava. A combinação perfeita entre o esforço de Chainho, a visão de Alenitchev e o oportunismo de Capucho permitiu o separar de águas.

A segunda parte existiu até que Pizzi cumpriu finalmente a sua sina de finalizador. A partir daí, o marfim foi correndo tranquilamente e já não estava longe o último suspiro do jogo quando Nélson marcou de cabeça. Foi a última concessão do dragão.

1-0 aos 43 m, por CAPUCHO. Jogada rápida do ataque do FC Porto. Chainho lança para Alenitchev, que flecte para o centro e abre para Capucho, que pica a bola por cima do guardião Carlos Pereira.

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2-0 aos 61 m, por PIZZI. Nélson adianta para Chainho, que faz o lançamento para Pizzi. O hispano-argentino aproveita a saída lenta de Carlos Pereira para ganhar o lance e marcar.

2-1 aos 89 m, por NÉLSON. Canto favorável ao Atlético. Bola lançada para a área e Nélson antecipa-se a Jorge Andrade, marcando de cabeça o tento de honra do Atlético.

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