Foi um despertar diferente ontem nas residências de Pinto da Costa, do filho do presidente do FC Porto, Alexandre, bem como na dos administradores da SAD portista Adelino Caldeira e Fernando Gomes, e na do empresário Pedro Pinho. O mesmo se verificou, entre outros locais e conforme avançou a CMTV logo ao início da manhã, na SAD do FC Porto, situada no Estádio do Dragão, e no Banco Carregosa.
No âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público (MP) foram efetuados, no total, 33 mandados de busca, principalmente no Porto e em Lisboa, para "recolha de provas que visam investigar a suspeita de prática de crimes de fraude fiscal, burla, abuso de confiança e branqueamento, relacionados com transferências de jogadores de futebol e com circuitos financeiros que envolvem os intermediários nesses negócios". Ainda de acordo com o comunicado emitido, já a meio da tarde de ontem, pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), em causa estão "factos ocorridos pelo menos desde 2017 até ao presente, com forte dimensão internacional e que envolvem operações de pagamento de comissões de mais de 20 milhões de euros".
A SAD portista emitiu um comunicado, já perto do final da tarde, a confirmar ter sido "alvo de um mandado de busca nas suas instalações para recolha de provas", tendo vincando que "colaborou com a equipa de investigadores cujo trabalho visou a apreensão de documentos que pudessem interessar à investigação". Esta foi a 4ª vez em quatro anos que a SAD foi alvo de buscas.
Esta será, de resto, a segunda parte da Operação Cartão Vermelho que, em julho último, levou à detenção do então presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, bem como do empresário Bruno Macedo. O inquérito relativo à megaoperação de ontem, que teve o universo FC Porto como principal visado, encontra-se em segredo de justiça e não foram feitas detenções.
Por Nuno Barbosa e André Monteiro