«Queria ter ficado no FC Porto mas veio uma ordem de cima, acho eu, para me juntar à equipa B...»

• Foto: Jose Moreira

Hoje com 38 anos e no Ath. Paranaense onde é treinador-adjunto, o antigo jogador do FC Porto não esquece os anos que passou em Portugal, primeiro no Estoril e depois no FC Porto. Em entrevista ao 'Tribuna Expresso', o antigo médio brasileiro recordou a chegada para a troca do Estrela Vermelha, da Sérvia, pelo Estoril e o salto que deu até à Invicta depois e onde ficou entre 2014 e 2016.

"Quando cheguei ao Estoril tive uma situação que me deixou bem preocupado. O meu contrato com a Traffic era praticamente simbólico: colocaram um valor muito mais baixo do que eu ganhava no Estrela Vermelha. Era realmente muito baixo. Aquilo deixou-me muito pressionado, só pensava: 'Preciso jogar muita à bola aqui, porque senão...'. Eu já estava com uma filha, já tinha muita conta para pagar. Só na minha renovação com o Estoril é que fiquei com um contrato parecido com o que já estava acostumado. Quando fui para o FC Porto, melhorei o contrato e acredito que fui ganhar o dobro", afirmou.

E prosseguiu: "Se olhar para o meu histórico no FC Porto, joguei apenas três jogos consecutivos de início. Depois fui sempre suplente e entrava muito. Mas como eu e a minha mulher gostávamos tanto de Portugal e da nossa vida, eu não me chateava. Queria ter renovado. (...) Uma coisa que gostei muito no Nuno [Espírito Santo] é que quando me chamaram ao Estádio do Dragão para ser moeda de troca com o Boly, o Antero Henrique disse-me: 'O Nuno tem outros cinco médios à tua frente.'  Eu disse que queria ficar e lutar pelo meu espaço. Quando voltei para o centro de treino, falei com o Nuno e ele foi muito simpático: 'Evandro, tu és um gajo de quem gosto muito, és muito profissional, a malta aqui gosta muito de ti, só há aquilo que tu já sabes, tens cinco médios à tua frente.' Respondi-lhe que ia lutar pelo meu espaço. Chegou uma altura em que perdemos com o Benfica, em casa, nem sequer fui convocado, mas estava a treinar muito bem, estava no meu melhor momento, e o Nuno chamou-me: 'Tu estás a partir o meu treino sempre e eu vou começar a levar-te para os jogos.' Foi quando entrei contra o Copenhaga, na Champions; joguei um jogo da Taça da Liga, entrei no jogo contra o Chaves em que fomos eliminados da Taça de Portugal e depois desse jogo veio uma ordem de cima, acho eu, para me juntar à equipa B. Foi o fim do meu ciclo no FC Porto".

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