Villas-Boas e a questão da academia: «Construo mais rápido e com menos custos»

• Foto: José Gageiro/Movephoto

As candidaturas de Pinto da Costa e André Villas-Boas diferem em muitos pontos, sobretudo no que toca a questões infraestruturais. O ainda presidente avança para uma Academia na Maia e o antigo treinador para um Centro de Alto Rendimento no Olival. 

André Villas-Boas voltou a falar do seu projeto, este domingo, em Esposende e ainda o comparou com o de Pinto da Costa: "Construo a obra mais rápido, com menos custo e próxima uma da outra."

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No fim, esclareceu também a questão de não avançar para eleições em 2028 caso não vença as do próximo dia 27 de abril. 

À disposição: "Que fique bem claro que, se esta candidatura não ganhar, e isto está no nosso programa, tudo o que nós temos relativamente à nossa opção de construção da academia, cedemos facilmente ao FC Porto. O contrato de promessa de compra e venda está feito comigo, a nível pessoal. Se o FC Porto alguma vez precisar que eu passe este contrato, ou faça uma cedência de posição, ou se rescindir, não há problema nenhum e passaremos precisamente este projeto para outra candidatura se a Maia levantar problemas e se a outra candidatura gostar do que nós temos para apresentar em breve. Nós temos opiniões bem diferentes, como vocês sabem, ou se não sabem, a candidatura do Jorge Número Pinto da Costa prefere a Academia na Maia e nós temos uma preferência pela construção de um centro de alto rendimento em Gaia."

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Prática: "Qual é que foi o fundamental da nossa decisão? Um, quando a equipa principal treina no Olival, a equipa principal tem três campos disponíveis. Normalmente, uma equipa de futebol profissional utiliza um a dois campos no máximo, nunca utiliza três campos ao mesmo tempo. E aqui falo novamente da experiência própria. Quando a equipa principal está a treinar, há um sintético que está por cima destes três campos, que não está utilizado para proteger o ambiente e a privacidade de trabalho da equipa principal. Portanto, podes ter a equipa principal, por exemplo, num treino de sexta-feira, dois dias antes do jogo, está a utilizar só um campo, dois estão livres, o sintético está livre e normalmente a equipa B está no mini estádio, treina ao mesmo tempo que a equipa principal, porque normalmente o treinador pode precisar de chamar algum jogador e tu igualas sempre o horário de treino da equipa B ao da equipa principal. Isto significa que três campos estão sem ocupação."

CTFD já é curto: "A equipa principal do FC Porto precisa de novas instalações, para uma equipa profissional da elite de futebol europeu, as instalações atuais também já não são as mais modernas. Portanto, construímos umas novas, modernas para eles e movíamos a formação para o Centros de Treinos e Formação Desportiva (CTFD) do Olival, porque assim temos uma taxa de ocupação sobre estes cinco campos muito maior, ou seja, nas camadas jovens não há horários de treino conflitivos por questões de privacidade. Tens uma ocupação direta dos três campos, que pode acontecer ao mesmo tempo, ou seja, tens estes três campos, ou cinco campos, em rotação absoluta no caso da formação."

Utilização: "Ao colocar a equipa principal, a equipa B e os sub -19 neste Centro de Alto Rendimento, estamos a garantir, em primeiro lugar, unidade. Até é um terreno que está pronto para cinco relvados, porque é estrutura suficiente, tem dois para a equipa principal, tem um hotel que apoia, mais ginásio, os gabinetes, refeitórios, etc. Portanto, estruturas de apoio a equipas profissionais europeias de elite, que necessitam deste tipo de instalação. Portanto, resolvíamos também o caso do hotel de estágios da equipa, ficaria sempre a estagiar ali."

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Projeto total: "Depois tem uma bancada para os jogos da equipa B, Liga 2, os sub -19, e tem mais um relevado para o feminino, para as equipas profissionais, diga-mos assim. Acresce um pavilhão ao lado, para as modalidades profissionais do FC Porto, que também já andam com a casa às costas. E, de certa forma, ao passarem para aqui, para os seus treinos, permite à formação do FC Porto usar o Dragão Arena, que também anda com a casa às costas, de um lado para o outro."

Novas comparações: "Portanto, o que é que isto permite além disso? Eu construo só cinco campos, construo o hotel... Em vez de dez, construo cinco. O hotel ambos vamos construir. Um mini estádio ambos vamos construir. Construo a obra mais rápido, com menos custo e próxima uma da outra. O FC Porto tem mais de 29 anos de exploração do aluguer do Centro de Treinos e Formação Desportiva do Olival. Porquê que devemos estar a desprendermos disso? Porquê que não temos a formação toda aqui? Construímos melhor infraestruturas para a equipa sénior, ficamos em unidade, gastamos menos na construção, somos mais rápidos a construir, e não estamos sujeitos a este imbróglio da Maia. O que é que é o positivo disto tudo? O positivo disto tudo é que há duas candidaturas, há duas opções, se calhar o Nuno Lobo lança a sua em breve, teremos três, que ganhe a melhor e que ganhe a melhor solução.

Promessa antiga: "Agora, este foi um processo que se arrastou durante tanto tempo, que para mim era apenas óbvio que ao lançar uma candidatura teríamos que apresentar uma solução para a resolução da academia. E a realidade é esta, é que vamos chegar a 27 de Abril de 2024, e uma promessa eleitoral de 2016 ainda está por cumprir, e continua a dizer que vai cumprir, e que vai cumprir, e que vai cumprir. Estamos em atraso evidente e daí quanto mais rápido melhor. Para ser mais rápido, primeiro redução de custos, não entrar em loucuras, e depois construir algo mais pequeno, mas que me dê rendimento. Porque para a formação o do Olival serve perfeitamente. Para a equipa profissional é que já começa a não chegar. O ginásio é pequeno, as condições são limitadas, movo a equipa principal para o centro de alto rendimento."

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Mercado de jogadores: "O panorama de scouting mudou muito nos últimos anos, porque as equipas, as grandes equipas europeias têm uma capacidade de ir buscar talento muito maior. Os mercados onde antes o FC Porto se abastecia, já pagam mais do que o FC Porto normalmente. Ou seja, o campeonato brasileiro tem muita mais capacidade de reter talento do que tinha antes. Paga melhores salários, tem contrato televisivo brutal, que permite que aquele talento fique ali, e que já não venha para Portugal para fazer a ponte para outros clubes europeus."

Talento desviado: "Ainda acontece, como pode sempre acontecer, mas o grande talento já vai diretamente para os grandes clubes europeus, caso o Real Madrid, Barcelona... São contratados diretamente pelos grandes clubes europeus, sem passar por um clube intermédio. E eles têm muita mais capacidade em reter talento agora, e o talento custa muito mais dinheiro, e o FC Porto ali já não consegue competir. Acresce que o crescimento do futebol americano e o crescimento também do futebol mexicano, também se alimenta no futebol brasileiro, e vice-versa. Portanto, aí também já estamos em perda competitiva."

Solução: "O FC Porto ou abre o seu universo e os seus horizontes para outros mercados, ou então é obrigado a contratar mais nas bases, o que é muito mais difícil, mas é absolutamente necessário. Portanto, tens que montar estruturas de scouting, daí que no nosso programa eleitoral já tem a direção de scouting também."

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Projeto sem margem de erro: "Direção desportiva, de scouting, formação e performance. Esses são os quatro elementos principais onde a gente tem que intervir. E no scouting temos que ser estruturados, porque se queremos ter controle de custos, escolher um jogador do FC Porto é uma responsabilidade perante os sócios. A nossa margem de erro é mínima, não podemos falhar para não acumular os erros, que falamos, por um acumulado destes anos todos, que nos deram não sei quantos milhões de euros em perdas, em saídas a custo zero, em más contratações, em perda de real valor dos jogadores, é isto que tem acontecido."

Em caso de derrota: "O que eu digo é que o FC Porto de 2028 para 2032 será completamente diferente se o presidente for reeleito. E isto aqui falo apenas como sócio do FC Porto. Se o outro candidato ganhar, a minha leitura é que o FC Porto mudará radicalmente e, para mim, não é para melhor." 

Equipa de candidatura: "Eu agora tenho um conjunto de pessoas que sei que estão para mim e que têm vindo trabalhar comigo para que esta candidatura, que vai de 2024 a 2028, se apresente forte, com trabalho, com medidas, com capacidade de executar e de sermos vencedores sem perder capacidade competitiva. Em 2028, não sei."

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Por José Miguel Machado
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