Resumo do dia
O terceiro dia do julgamento da Operação Pretoriano ficou marcado pelo depoimento de André Villas-Boas. O presidente do FC Porto esteve no Tribunal de São João Novo na qualidade de assistente e prestou declarações durante mais de três horas, respondendo a questões da juíza, da procuradora do MP, da advogada do FC Porto e dos advogados dos arguidos. Acabou por contrariar a versão de Fernando Madureira de que os novos estatutos que estavam em discussão na AG de 13 de novembro de 2023 em nada iriam beneficiar a claque. "Os novos estatutos permitiam que o financiamento fosse mais facilitado. Na nossa auditoria aliás foram detetadas várias ilegalidades. O protocolo com os Super Dragões foi revisto, não havia controlo nenhum e o FC Porto foi lesado em vários milhões de euros", referiu AVB, culpando ainda Lourenço Pinto pela não entrada da polícia no Dragão Arena. À saída, o líder portista falou aos jornalistas e recusou qualquer culpas na confusão que se gerou na AG de 13 de novembro.
Finalizado o depoimento de André Villas-Boas, foi a vez de Henrique Ramos prestar declarações, ele que foi agredido na AG e que também é assistente no processo. "O Vítor Bruno Aleixo insultou-me e cuspiu-me. Acertou-me na cara, no casaco, já foi para lavar... Ameaçou-me. Disse 'vou-te matar'. Já o José Pedro deu-me um pontapé em direção à cabeça, mas acertou-me no ombro", referiu Henrique Ramos, que acabou por ilibar Macaco dos incidentes: "A certa altura ele começa a ver que aquilo vai dar confusão e ele tentou evitar a confusão. Foi ali para me defender." Na fase final da sessão, a postura de Henrique Ramos obrigou a juíza a intervir: "Gosta muito de comentar a importância das perguntas, já é a terceira vez que lhe digo, assim a gente não se entende… O senhor não está no café, não está no teatro."
A 4.ª sessão do julgamento está agendada para a próxima segunda-feira, a partir das 13h45, onde Henrique Ramos irá continuar o seu depoimento. É esperado ainda que sejam ouvidos três polícias que participaram na operação.

