Juíza refere que estão atrasadas mais de 20 testemunhas
Terminou a 4.ª sessão do julgamento da Operação Pretoriano. Amanhã é reatado o julgamento às 9.30. A juíza Ana Dias Costa revelou que estão atrasadas mais de 20 testemunhas
Depoimento de 'Tagarela' marcou a 4.ª sessão do julgamento da Operação Pretoriano
Terminou a 4.ª sessão do julgamento da Operação Pretoriano. Amanhã é reatado o julgamento às 9.30. A juíza Ana Dias Costa revelou que estão atrasadas mais de 20 testemunhas
Palavra do subintendente da PSP: "Nós tínhamos informadores dentro dos Super Dragões e temos." No seu testemunho, Dennis da Cruz acrescentou ainda: "Do dia 12 só me lembro do Fernando Madureira mandar mensagens a dizer 'leva tudo nos cornos' e referia-se à assembleia." Posto isto, o advogado de Macaco pediu para que seja extraída uma certidão por o subintendente se ter referido aos arguidos como "os pretorianos". A Procuradora do MP entende que a posição do advogado é excessiva e a juíza garantiu que não será o tribunal a avançar com qualquer procedimento criminal. Ou seja, depois de extraída a certidão da gravação do depoimento de Dennis da Cruz o advogado de Fernando Madureira é que terá de agir.
“O senhor Fernando Madureira é o promotor dos factos ilícitos”, destacou Dennis da Cruz, apresentando em tribunal várias mensagens que foram trocadas antes, durante e depois da Assembleia Geral do dia 13 de novembro de 2023 a envolver o antigo líder dos Super Dragões. O subintendente não tem dúvidas de que se tratava de "um grupo organizado".
Quando questionado sobre a ação de Henrique Ramos na polémica Assembleia Geral, Dennis da Cruz refere-se ao assistente do processo como sendo "grande amigo do senhor Fernando Madureira". "Ele fala muito, mas há coisas que ele não diz...", acrescenta ainda.
Dennis da Cruz revelou em tribunal que, por via da investigação da Operação Pretoriano, teve a sua "liberdade limitada", mas, ainda assim, acompanhou de perto o que se passava em torno da candidatura de André Villas-Boas: “Nos meses seguintes, por razões de segurança, estava limitado na minha liberdade, acompanhei à distância a candidatura de André Villas-Boas, porque havia informação de que arguidos deste processo estavam a anotar os apoiantes de André Villas-Boas e passavam informação em grupos dos Super Dragões. Havia um mundo paralelo nas redes sociais, como eles diziam, a Assembleia era ‘umas primárias’.”
Na noite da AG do terror, quando a reunião magna passou do estádio para o pavilhão, Bruno Branco foi visto a afastar, à força, um alegado associado do FC Porto que, também com alguma agressividade, interrompia André Villas-Boas, numa altura em que prestava declarações à comunicação social. E isso está a ser tema nesta 4.ª sessão do julgamento. "Quando teve conhecimento que Bruno Branco era seu camarada na PSP?“, perguntaram a Dennis da Cruz. "Depois de acharmos que aquilo tinha relevo, que ali estaria uma testemunha e depois de se veicular nas redes sociais que era um elemento da polícia, estamos sensíveis a essas dinâmicas, escrutinamos isso", respondeu o subintendente da PSP, revelando, depois, quando teve conhecimento de que Bruno Branco também pertencia aos Super Dragões: "Soubemos que era um elemento fortemente ligado aos GOA, era amigo de Fernando Madureira e confrontou-o com mensagens que andavam a circular.”
Dennis da Cruz, subintendente da PSP que batizou a Operação Pretoriano e chegou a ver o seu carro pessoal vandalizado, afirmou ainda: “Havia um ‘status quo’ onde imperava o medo, referenciámos um conjunto de indivíduos, desde simpatizantes do clube, grupos organizados, funcionários… a operação policial que se desencadeou foi para repor o normal funcionamento das instituições no estado de direito democrático, nomeadamente no FC Porto, para restabelecer a democracia. Desde que nos foi confiada a investigação, tivemos 60 dias para executar. Do nosso ponto de vista, visava um conjunto de elementos que protegiam a todo o custo a troco de proveitos financeiros um determinado regime. Foi uma operação complexa, fortemente mediatizada, não era proveitoso para a investigação o mediatismo.”
Terminado o depoimento de Henrique Ramos, fala agora Dennis da Cruz, o subintendente da PSP que foi o responsável pela investigação. "Vi o [Hugo] Carneiro em conluio com o [Fernando] Madureira, vi com os meus olhos o furto das pulseiras”, afirmou o PSP, referindo-se às imagens de videovigilância. E acrescenta: "Também li as mensagens." Questionado pela advogada de José Pedro Pereira, Dennis da Cruz afirmou ainda: "Se vi o senhor Bruno Branco naquela noite? Não o conhecia, só depois vim a saber quem era, para mim era uma pessoa normal. Só depois vim a saber que naquela abordagem ao senhor Villas-Boas estava um agente da PSP.”
Após 1h35 a depor nesta segunda sessão em que é ouvido no Tribunal de São João Novo, Henrique Ramos apontou os visados do seu discurso na AG de 13 de novembro de 2023, no qual denunciou a existência de Casas do FC Porto fictícias. Questionado pelo advogado do casal Madureira sobre quem foi o atual dirigente do FC Porto que o contactou após a assembleia, Henrique Ramos disparou: "Foi o João Begonha Borges, mas era normal falarmos. Nunca quis fazer parte de qualquer equipa. Eu até tenho uma tatuagem de Jorge Nuno Pinto da Costa. Sempre fui uma pessoa que nunca teve medo de apontar os problemas que existiam. Eu disse que queria confrontar o Adelino Caldeira e o Fernando Gomes [administradores do FC Porto à altura dos acontecimentos]."
Henrique Ramos está a ser ouvido há mais de 1h20 nesta sua segunda intervenção no Tribunal de São João Novo, depois de ter iniciado o seu depoimento ainda na quinta-feira à tarde. Há instantes, na sala de audiências, o arguido José Pedro Pereira pediu a palavra durante a sessão para pedir desculpa a Henrique Ramos pelo pontapé que lhe deu na Assembleia Geral de 13 de novembro de 2023. O assistente admite desistir da queixa contra o arguido: "Se for considerado pelo Tribunal um crime leve faz sentido desistir da queixa."
No seu depoimento, Henrique Ramos foi questionado pelo advogado da família 'Aleixo'. O filho, Vítor Bruno 'Aleixo', é acusado de ter ameaçado e insultado o conhecido sócio do FC Porto na AG de 13 de novembro. "Qual foi a motivação dele? Eu, ao denunciar esquemas em que ele beneficia estou a ir-lhe à carteira", explicou Henrique Ramos. E acrescentou: "Se uma pessoa não se tivesse metido, ele estava agora aqui com o GISP e não estava em casa. O seu constituinte gritava que me ia matar." Posto isto, o advogado de Vítor Bruno 'Aleixo' quis saber o que Henrique Ramos sentiu quando ouviu essa ameaça e a resposta veio a pronto com pitadas de ironia: "Não vim aqui para vitimizar-me a dizer que levei um pontapé e agora não consigo saltar à corda. Quer que diga que sinto insónias e tremores desde que o seu cliente disse que me ia matar?"
"Quero dizer aqui, perante toda a gente e durante o julgamento, para pararem de me chamar 'Tagarela'", disse Henrique Ramos, numa altura em que o advogado de 'Aleixo', pai e filho, mencionou a sua alcunha.
"Nessa madrugada, após os acontecimentos na AG, falou com André Villas-Boas?", perguntaram a Henrique Ramos. Na resposta, o assistente confirmou a conversa com o agora presidente do FC Porto, através de um 'vice' dos dragões: "Recebi uma mensagem às 4h47 da manhã do João Borges, tenho aqui no telemóvel, tenho o número exato de minutos que durou depois a chamada, foram 39 minutos. O João Borges disse que tinha uma pessoa para falar comigo. O André [Villas-Boas] começou a falar comigo, apresenta-se, pergunta se estava tudo bem, deu-me os parabéns pelos ‘tomates de aço’. O que fiz foi pelo FC Porto e falei nos crimes que estavam a ser cometidos por funcionários do FC Porto, disse-lhe que não estava a puxar para nenhum lado e ele disse-me que estava a ligar como sócio. Ele deu-me os parabéns pela coragem, pelos ‘tomates de aço’, disse que eram precisas pessoas com coragem."
Um advogado questionou Henrique Ramos: "Por que motivo vem assim vestido?". E o assistente do processo respondeu assim: "Estou aqui a representar a verdade para a Justiça e para o FC Porto, por isso achei por bem vir assim vestido." Recordar que Henrique Ramos, também conhecido por Tagarela, apresentou-se com o fato que é habitualmente usado pelos dirigentes do FC Porto.
Henrique Ramos já foi questionado pelo representante de Carlos Jamaica e pela advogada de Fernando Saul. "Sei quem é o Jamaica, mas nunca falei com ele. Ele estava ao cimo da escada, vestido de azul, em momento algum me senti ameaçado por ele", afirmou sobre o primeiro. Cristiana Carvalho, advogada de Fernando Saul, perguntou-lhe depois se o antigo OLA do FC Porto o tinha agredido na Assembleia Geral, tendo este respondido que “não”.
No início do seu depoimento, na passada quinta-feira, Henrique Ramos foi alvo de várias chamadas de atenção por parte do coletivo de juízes, devido ao seu comportamento visto como desadequado. E, esta terça-feira, justificou-se assim: "Tenho um comportamento um bocado impulsivo, mas é não é por mal."
Depois de, na pretérita sessão, se ter apresentado com a mesma roupa que usou na Assembleia Geral de 13 de novembro de 2023, incluindo a gabardina que foi tema no depoimento de Fernando Madureira, Henrique Ramos inovou na indumentária e, esta segunda-feira, fala ao coletivo de juízes com um fato semelhante ao que é usado pelos dirigentes do FC Porto.
Sandra Madureira e Vítor Catão também já marcam presença no Tribunal de São João Novo. Recordar que alguns dos arguidos foram dispensados de marcar presença nesta 4.ª sessão do julgamento referente à Operação Pretoriano.
'Macaco' já está no Tribunal de São João Novo. O reforço policial é bem visível junto às instalações.
Regressando a esta segunda semana que agora se inicia, de destacar que a mesma será importante para se saber se a juíza aceita ou não a inclusão como prova de um vídeo de André Villas-Boas, por requerimento da defesa de Fernando Saul. Na sessão de dia 20, a magistrada clarificou que teria cinco dias para se pronunciar sobre o mesmo.
Depois de Henrique Ramos terminar a sua intervenção, terão lugar os depoimentos dos agentes da PSP envolvidos na investigação do caso, chamados ao Tribunal de São João Novo, no Porto, como testemunhas da acusação. Depois seguir-se-ão os depoimentos de algumas das pessoas agredidas na Assembleia Geral de 13 de novembro de 2023. Ao todo, o Ministério Público indicou mais de 40 testemunhas, mas apenas uma pequena parte delas já cumpriu o seu dever.
Na última sessão, de quinta-feira, a juíza chegou a comentar no final dos trabalhos do dia que havia já, em relação ao que estava planificado, um atraso na audição de 17 testemunhas. Com a defesa dos arguidos a rejeitar a troca da ordem das testemunhas da acusação, naturalmente de forma a conhecer com a maior profundidade possível a estratégia do Ministério Público, a ordem das notificações será mantida e os testemunhos em atraso serão introduzidos na calendarização mais adiante. Com o que resta deste mês e a totalidade do próximo dedicados aos depoimentos pedidos pela acusação, as igualmente mais de quatro dezenas de testemunhas indicadas pela defesa deverão ser ouvidas apenas já no mês de maio
O julgamento da Operação Pretoriano é esta segunda-feira retomado com a sua 4.ª sessão, na qual será concluído o depoimento de Henrique Ramos. Contrariamente ao que aconteceu nas sessões da semana passada, que arrancaram a partir das 9 horas, esta iniciar-se-á apenas pelas 14 horas.
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