Os números por si só falam do atual momento do FC Porto e do grau de dificuldade que o Nacional vai ter pela frente no sábado quando entrar em campo no relvado do Estádio do Dragão. O técnico Tiago Margarido tem consciência das dificuldades, mas promete, como sempre, uma equipa ambiciosa e que tudo fará para conquistar um resultado positivo.
“O FC Porto está num momento fantástico, com quatro jogos e quatro vitórias, acabando de ganhar na casa do bicampeão nacional, tem 11 golos marcados e apenas um sofrido, só por si, estes dados demonstram o grande momento em que estão. Considero a questão de jogar bastante bem, estão muito fortes, principalmente, na sua casa. Isso coloca-nos também um desafio grande pela frente, coloca-nos também fora da nossa zona de conforto, mas nós gostamos disso, gostamos de nos desafiar e de nos experimentar. Vamos a este jogo com muita ilusão, com muita ambição de trazer um resultado positivo do Dragão”, afirmou na sala de imprensa do Estádio da Madeira, no lançamento da partida com os portistas.
Sobre a pressão que a sua equipa poderá sentir na visita ao líder da Liga, o treinador foi claro: “Quem veste a camisola do Nacional tem sempre pressão, seja com que adversário for, seja contra um grande, seja contra uma equipa de uma divisão inferior. Temos uma responsabilidade muito grande perante o símbolo que trazemos ao peito e, só por si, essa é a nossa pressão seja qual for adversário, que é representar o Nacional de forma digna, de forma briosa e de forma que orgulhe e honre os nossos adeptos”.
Aos 36 anos, na sua segunda temporada na principal divisão do futebol português e na sua terceira época no conjunto nacionalista, Tiago Margarido, não quer colocar o “autocarro” à frente da sua baliza, mas admite que a sua equipa poderá ter de fechar mais face ao valor dos homens liderados por técnico italiano Francesco Farioli. “O Nacional, como princípio, nunca coloca autocarros. Às vezes os adversários é que empurram a nossa equipa para trás e temos de nos defender porque estamos aqui para competir e ganhar pontos. Se tivermos que meter o autocarro, se o Porto nos obrigar ou empurrar para trás, em certos momentos, não considero colocar o autocarro, considero sim,, defender a nossa baliza. Aquilo que é a nossa génese e que temos como princípio é poder nós assumir o jogo, sabendo obviamente que isso será difícil. O jogo tem os seus constrangimentos e nós vamo-nos adaptar a eles. Não consigo prometer nada, a única coisa que prometo é que vamos dar tudo pelo símbolo que lavamos ao peito e vamos orgulhar os nossos adeptos certamente”, disse.
"Contamos com um FC Porto a jogar bem e motivado"
Na temporada passada, os madeirenses conseguiram surpreender os dragões, quando estes visitaram a Choupana. Agora, para Margarido, os nortenhos estão com mais armas e outra motivação. “É um Porto bastante diferente daquele que tivemos a oportunidade de defrontar na época anterior, um Porto que se reforçou muito bem, não só a sua qualidade individual, mas por conseguinte, a sua qualidade coletiva. Fez um grande mercado a administração do Porto, na pessoa do seu presidente. São jogos diferentes, contamos com um Porto a jogar bem, um Porto motivado pois acabou de vencer na casa do Sporting. Vamos encarar o jogo de forma positiva, não alterando aquilo que é a nossa ideia, a nossa filosofia de jogo e vamos sempre que possível tentar bola e jogar, enquanto sem bola temos de ser muito concentrados e muito solidários, perceber bem quais os são os pontos fortes do FC Porto e esse trabalho já foi feito durante a semana e vamos tentar anular esses pontos. Vamos tentar explorar o que detetamos como possíveis fraquezas e aquilo que vamos levar como estratégica de forma a conseguir ferir o FC Porto”, revelou o líder do onze da Madeira.
Mudanças no onze à vista
Esta paragem do campeonato permitiu ao treinador alvinegro recuperar alguns jogadores, consolidar o seu processo de jogo e entrosar os últimos reforços: "Esta semana de paragem para nós foi positivo, pois tivemos tempo para trabalhar algo que nos fazia falta neste momento da época, pois ainda estamos numa fase de reconstrução da equipa. Foi um tempo aproveitado para isso e beneficiou-nos, pois, tivemos mais tempo para trabalhar e ficarmos mais fortes para aquilo que queremos fazer. Retiramos muitos pontos positivos desta paragem”. E reforçou a sua ideia: “Serviu para recuperar alguns jogadores, em retirar tempo aquilo que era necessário para a sua recuperação. Estávamos com algumas ausências que conseguimos recuperar com este tempo de paragem”. Depois, confirmou que “o Witi poderá não ser titular por ter estado fora e um ou outro que possa ter baixado o rendimento durante estas duas semanas. Vão ver alterações no onze se é isso que me está a perguntar”. Sobre a possibilidade de lançar Daniel Júnior no embate com os nortenhos: “O Daniel está disponível, tivemos mais tempo para o integrar como fizemos com todos os outros e poderá ser uma opção a ter em conta, se a equipa técnica assim o entender”.
Por último, abordou a polémica da ameaça feita pelo Nacional em fazer falta de comparência no Dragão, face aos problemas com a obtenção de um voo para fazer a ligação aérea entre a Madeira e a cidade invicta. “A minha única preocupação como treinador é que a equipa possa viajar dentro daquilo que são as condições mínimas e dignas para uma equipa de futebol profissional. Felizmente esse assunto foi resolvido, mas não nos afetou em nada naquilo que é o nosso processo de trabalho diário”, revelou.
Por João Manuel Fernandes