Intensidade. Esta é a palavra que melhor define o que se passou ontem em Bucareste. Um jogo no qual o Rio Ave vendeu cara a derrota, tendo sido a equipa que em regra esteve por cima. Mas a formação portuguesa acabou por ser traída por erros de princi... piante (sobretudo no lance do 1.º golo) e também pelo sortilégio do próprio ludopédio. Durante largos minutos assistiu-se ao que se pode chamar um jogo completamente partido, tipo contenda de matraquilhos, com ataques sucessivos muitas vezes em superioridade de cada uma das equipas. Cansou só de ver, e tudo acabou por ser rematado também de forma excêntrica, com um remate de Stanciu a tabelar nos dois postes da baliza do Rio Ave. O que seria castigo supremo.
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Pedro Martins apostou em Esmael na frente de ataque e em Del Valle numa das asas, com Diego Lopes na distribuição. O Rio Ave entrou em modo “vamos pôr em sentido os militares” e aos 6’ já tinha conseguido dois cantos e outros cruzamentos perigosos. Mas acabou por ser o Steaua a marcar, pelo nosso conhecido Rusescu, num lance que começou num erro de Prince e terminou com este a deixar-se antecipar pelo ex-ponta-de-lança do Sp. Braga. Um golo que não perturbou a equipa de Pedro Martins. Diego Lopes e Esmael têm o golo à vista, mas duas oportunidades sucessivas para os romenos, aos 33’ e aos 35’, baixam a maré e mesmo em cima do intervalo Rusescu arma-se em artilheiro.
Com dois golos de desvantagem, nem por isso o Rio Ave deixou de acreditar e Del Valle imitou Rusescu, fazendo outro grande golo ao colocar a bola, de longa distância, no sítio onde a coruja faz o ninho. E foi por aqui que o jogo ficou completamente desorganizado mas cada vez mais com o Steaua preocupado em guardar a vantagem, sem deixar, porém, de explorar o contragolpe. Pedro Martins lança primeiro Boateng, aposta em Hassan e o último trunfo que tira da manga é Bressan. Seria precisamente o derradeiro jogador a sair do banco a ter a melhor oportunidade para empatar, na marcação de um livre que levou a bola ainda a tocar na malha lateral.
Assalto final
O Steaua acabou em sofrimento, o Rio Ave terminou a tentar o empate mas já sem o discernimento que revelou em largos períodos da partida. A derrota penaliza os vila-condenses e os romenos ainda agora devem estar a tremer. O futebol é mesmo isto e o que vai para os livros da história é a vitória do Steaua de Bucareste. Mas o Rio Ave mostrou mais uma vez que não está na UEFA apenas por folclore e que tem boas razões para não se agarrar apenas à calculadora quando pensa em seguir em frente na Liga Europa.
Melhor em campo: Rusescu. O avançado romeno, bem conhecido dos portugueses (ex-Sp. Braga), assinou dois golos “à matador” na 1.ª parte e sentenciou o triunfo do Steaua.
Árbitro: Lee Evans (nota 3)
Não foi um jogo fácil de dirigir mas o árbitro que veio do País de Gales acabou por não assinar erros graves, embora tivesse um critério disciplinar mais apertado para os forasteiros.
Número
33 remates às balizas distribuídos com equilíbrio dizem tudo quanto ao futebol de ataque contínuo ontem praticado
Momento
Aos 85’, Boateng ganha um livre frontal e Bressan faz a bola raspar um dos postes e tocar ainda na malha lateral da baliza do Steaua.