Paulinho despediu-se esta quarta-feira do Sporting com grande emoção e em entrevista à Sporting TV falou-se naturalmente do cântico.
"Não tenho noção e vou continuar sem ter. As pessoas que estão à minha volta - os meus amigos, a minha família - dizem que é uma coisa incrível. Nós, profissionais, tentamos afastarmo-nos um bocadinho, mas é impossível. Eu e os meus colegas cantamos no balneário, no autocarro, em todo o lado... Eu não fui o melhor jogador da história do Sporting - nem vou ser -, mas são poucos os que têm um cântico só seu. Eu até pensava que era para o roupeiro... Lembro-me perfeitamente da primeira vez que o ouvi, foi no golo que marquei ao Ajax... Não foi um bom jogo para nós, mas... [sorri]", começou por referir o avançado, mostrando-se feliz com o facto de até adeptos de outros clubes cantarem.
"Houve uma fase que queriam que marcasse golos só para poderem cantar. Mas hoje já não só são os sportinguistas que cantam, pessoas que não seguem o futebol, também cantam...", disse Paulinho.
"Se eu canto? Muitas vezes. Mesmo quando não quero cantar, basta ouvir uma vez, uma batida... Nas férias, começava a dar a música e vinha logo o cântico à cabeça; os meus colegas mandavam-me vídeos da música, com eles a cantarem", continuou.
Questionado sobre o quer sentiu quando ouviu o cântico no Marquês na festa do título campeão, respondeu: "Toda a gente vibrou, mas ninguém sentiu o que eu senti... [choro]."
O avançado lembrou a chegada a Alvalade, que nem tudo foi fácil e contou o pormenor que marcou o dia da apresentação.
"Estava muito feliz, mas foram tempos difíceis. Também vinha de uma lesão e o ritmo é muito alto, porque o míster não facilita. Coloquei uma pressão muito grande em mim, não foi fácil, mas depois foi sempre a melhorar. Houve muita ansiedade antes, porque eu queria muito vir. Já tinha existido essa possibilidade, no início da época - foi até ao último dia. Foi uma época muito difícil... É difícil estar super concentrado e motivado, havendo uma possibilidade, que depois deixou de existir. Eu era para ser apresentado antes do Sporting-Benfica, que era o último dia de mercado. Atrasou-se, por alguma documentação... Era para ser antes do jogo, depois a meio, mas lá acabou por ser no final."
Na hora do adeus ao Sporting, reconheceu que o tempo "passou a voar" e mais uma vez não conteve as lágrimas. Quanto ao que ganhou em Alvalade disse: "Eu acreditava e vim para sermos campeões, mas não é só o facto de ganharmos, é a forma como ganhámos. Mostra a dimensão do clube neste momento."
" Fico muito feliz por mim, porque fui profissional todos os dias. Pelas amizades que criei... É incrível. Apesar de sermos um clube muito grande, temos um ambiente muito familiar, na Academia. Cada vez mais. Ganhar também ajuda, mas quando não ganhávamos, o ambiente foi sempre bom. Podíamos ter tido mais uma taça de campeões, mas espero para o ano vir aqui ao museu e ver outra."
Por Record