Sem pressas, de forma cirúrgica e 100 por cento criteriosa. É com este pensamento que o Sporting está a encarar a reabertura do mercado de transferências, em janeiro.
Tanto Bruno de Carvalho como Leonardo Jardim estão satisfeitos com a resposta dada pelos jogadores leoninos e a aquisição de reforços só será feita perante dois cenários: uma oportunidade de negócio impossível de recusar e que traga para Alvalade um jogador de inegável qualidade; ou para colmatar a hipotética venda de um elemento fundamental do plantel que não tenha substituto à altura na equipa B.
Este último cenário só será colocado em cima da mesa caso surjam propostas que convençam o presidente verde e branco. Os leões não querem perder nenhuma pedra basilar em janeiro, mas se algum clube pagar as respetivas cláusulas de rescisão, aSAD nada poderá fazer para impedir eventuais saídas.
Magrão tem substituto
O avançado Enoh está garantido para a equipa B e, de acordo com informações recolhidas por Record, Gerson Magrão pode deixar Alvalade no próximo mês para jogar com regularidade. Contudo, a saída do brasileiro não obrigará os leões a recorrerem ao mercado. Na equipa B está, por exemplo, Iuri Medeiros, jovem que pode cumprir as funções do ex-Figueirense.
Esta “receita” aplica-se também à muito provável baixa de Welder. O lateral emprestado pelo Palmeiras até ao final da temporada não encaixou nos planos de Leonardo Jardim, não tem convencido Abel na formação secundária e deverá regressar ao Brasil.
Central e médio
Apesar das cautelas evidenciadas por Bruno de Carvalho na abordagem ao mercado de janeiro, o nosso jornal sabe que os leões não descartarão a contratação de um defesa-central e de um médio de transição. No entanto, e tal como já foi referido, estas potenciais aquisições terão de acrescentar inegável qualidade ao plantel.
Um dos problemas com que o Sporting se depara nesta altura da época é a escassez de alvos que encaixem nas suas pretensões. Encontrar um jogador com a classe de André Cruz, por exemplo, e que venha para Alvalade em condições financeiramente vantajosas para oclube leonino não se adivinha fácil. Nesse sentido, a SAD verde e branca responderá às exigências do mercado com a certeza de que tem um plantel que dá garantias para o futuro.
Nem sempre compras dão bons resultados
Não existe uma fórmula matemática que permita demonstrar que uma aposta forte do Sporting no mercado de inverno é sinónimo de êxito na segunda metade da temporada. Aexceção que confirma a regra ocorreu precisamente na época 1999/2000, na qual os leões contrataram quatro jogadores de nome feito e com experiência europeia e conquistaram o título que lhes escapava havia 18 anos.
No entanto, dois anos mais tarde o clube de Alvalade voltou a conquistar a principal prova do futebol nacional sem ter tido necessidade de investir em grandes reforços. Chegou Nalitzis, um grego que, além de um golo que rendeu um apuramento para a final da Taça de Portugal, pouco mais fez de leão ao peito. O principal ajustamento tinha sido realizado no verão de 2001, quando o Sporting contratou Mário Jardel ao Galatasaray. Não foi necessário mais nada, pois, antes do fecho do mercado de inverno, os leões já eram líderes e assim se mantiveram até final da época.
Em sentido contrário podem apontar-se as temporadas de 2005/06 ou 2009/10, quando o Sporting investiu em quantidade – de uma vez, Romagnoli, Caneira, Koke e Abel; de outra Pedro Mendes, Pongolle e João Pereira – e não tanto em qualidade. Resultado: no primeiro caso, conseguiu subir do 5.º ao 2.º posto, mas não evitou mais um título do FC Porto; no segundo, manteve-se no quarto lugar, mas, praticamente, duplicou a diferença pontual em relação ao campeão Benfica. De facto, não existe uma fórmula matemática.