Eñaut Zubikarai assinou na quinta-feira pelo Tondela, naquela que é a sua primeira aventura internacional, após ter passado quase toda a carreira na Real Sociedad, em Espanha. O guarda-redes basco, porém, traz consigo uma história ligada à ETA, organização classificada como terrorista pela União Europeia, que luta pela independência do País Basco.
Zubikarai, hoje com 31 anos, nasceu em Ondárroa e ali passou os primeiros anos da infância. Mas em abril de 1989 tudo mudaria. O jornal "ABC" dava conta da detenção de várias pessoas ligadas à organização separatista e, entre elas, estavam os pais do agora guardião tondelense.
Uma célula chamada "Comando Eibar", acusada de ter orquestrado sete assassinatos, foi desmantelada de madrugada, quando as forças policiais irromperam pela casa de Zubikarai, então com cinco anos. Os pais, Kandido Zubikarai e Iñake Goni, foram detidos, numa operação rápida mas algo delicada, que ainda envolveu troca de tiros.
As autoridades relataram ao "ABC" os procedimentos que tiveram, especialmente com a criança: "A detenção do casal não nos colocou dificuldades de maior. Tivemos o cuidado de proteger a criança". Segundo escreve o site La Informacion, o pai de Zubikarai tentou retirar qualquer responsabilidade à mulher, mas acabaram os dois detidos, sendo ele o que passou mais tempo atrás das grades: 22 anos.
Ligado à causa
Sem os pais, Eñaut Zubikarai foi viver com os avós e a verdade é que passou a sua juventude ligado à causa nacionalista da ETA. Posteriormente, em 2011, quando o pai se preparava para sair, o guarda-redes tentou mudar-se da Real Sociedad para o Hércules, clube sediado em Alicante, onde ficava o estabelecimento prisional. Ainda assim, o La Informacion escreve que o clube não quis receber o jogador para evitar toda a polémica adjacente ao caso.
Zubikarai acabou por ficar na Real Sociedad até à atual janela de mercado, saindo agora para o estrangeiro, já longe das más memórias do passado.
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