O sistema de rega antiquado, o número na perna errada dos calções e as bolas desaparecidas: os castigos da 2.ª ronda da Taça

• Foto: Facebook Portalegrense SAD

A 2.ª eliminatória da Taça de Portugal realizou-se no passado fim de semana e, além de algumas surpresas dentro de campo, ditou várias multas e suspensões a clubes e protagonistas, algumas delas, no mínimo, fora do comum.

O Portalegrense, eliminado em casa pelo Ac. Viseu, foi multado em 26 euros pela falta de rega do relvado, segundo reporta o mapa de castigos da Secção Não Profissional do Conselho de Disciplina da FPF. A explicação é curiosa e diz respeito ao facto do sistema de rega ser... antiquado. O recinto pertence à Câmara Municipal e a explicação do clube foi a seguinte: "Quanto à alegada falta de rega do relvado antes do jogo a CDP – Futebol, SAD é mera utilizadora do Estádio Municipal de Portalegre, sendo a propriedade e responsabilidade da manutenção do mesmo do Município de Portalegre. Mais se esclarece que, atento o sistema de aspersores existente no referido recinto — sistema antigo e manual — não é tecnicamente possível realizar a rega ao intervalo. Por razões de segurança dos jogadores, os aspersores têm obrigatoriamente de ser retirados do terreno de jogo antes do início da partida, operação que demora em média cerca de 1h30. Assim, a rega prévia ao encontro teve de ser concluída com a antecedência necessária para permitir a desmontagem integral dos aspersores, o que justifica que a mesma tenha terminado 1h30 antes do apito inicial", pode ler-se.

Ainda em matéria de regas, o Sacavenense, afastado pela U. Leiria, foi sancionado em 51 euros pela ausência de rega, o que foi explicado com o facto do sistema estar avariado...

O Torreense, emblema da 2.ª Liga que derrotou o Correlhã, em Ponte de Lima, viu ser-lhe aplicada uma coima de 51 euros porque os números dos jogadores estavam na perna esquerda dos calções e não na perna direita, algo tido como obrigatório no regulamento da prova rainha, o que os responsáveis do emblema do Oeste justificaram por ser assim que naquela perna dos calções que utilizaram os números na 2.ª Liga.

O Marco, equipa da Liga 3 que eliminou o Elvas, também foi multado no mesmo valor, mas pelo... desaparecimento de bolas após o golo que marcou aos 108', já na segunda parte do prolongamento. "Após o golo da equipa A, todas as bolas que se encontravam com os apanha-bolas, em volta do terreno de jogo desapareceram, retardando assim o reinício de jogo", escreveu o árbitro no seu relatório. E por falar em apanha-bolas, o Olivais e Moscavide não tinha nenhum na receção ao União da Serra, e foi sancionado com multa também de 51 euros.

 

O Machico, equipa da Madeira que perdeu em casa para o Vila Real, por 2-0, viu o treinador adjunto Sérgio Berenguer ser suspenso por 8 dias e multado em 128 euros por ter afirmado o seguinte na direção da equipa de arbitragem: "Vão mas é para o car****, fracos do car****, vêm para aqui fo*** o Machico, a Federação não quer gastar dinheiro com os voos, querem eliminar-nos palhaços do car****, já fo***** o jogo todo."

Por fim, Francisco Martim, jogador do Celoricense, foi suspenso por dois jogos por "atingir o adversário [jogador do Mafra] com o braço na face, com força excessiva, sem interesse em disputar a bola. Esta ação provocou uma forte hemorragia na zona do sobreolho do adversário". Por força disso, Francisco Martim não irá defrontar o FC Porto na 3.ª eliminatória, porque o regulamento da FPF (pelo qual se rege o Celoricense, equipa do Campeonato de Portugal) indica que as suspensões de jogadores por jogos oficiais são cumpridas na competição em que foram aplicadas. 

Por André Gonçalves

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