Uma das poucas certezas que tenho e não admito discutir em matéria de futebol é que o Brasil de 70 foi a melhor equipa de sempre. Talvez por ter sido a primeira grande competição que segui a par e passo com espírito crítico, depois do despertar das emoções de 1966, o último dos 19 golos que o “escrete” apontou durante a campanha, a encerrar a final com a Itália, ficou-me gravado como um selo da marca da equipa.
Clodoaldo recupera a bola no seu meio-campo e entrega-a a Rivelino, colado à linha do lado esquerdo, que lança Jairzinho. Deslocado do seu flanco, o extremo-direito obliqua para o centro e, enquanto Tostão atrai os defesas italianos, Pelé surge liberto para receber a bola na intermediária. É então que tudo acontece: o “Rei” dá um toque displicente para o vazio, fazendo aparecer o “capitão” Carlos Alberto Torres como um foguete para desferir um fortíssimo remate cruzado para a direita de Albertosi.
O que me vem à cabeça, porém, não é tanto o remate - de compêndio para qualquer lateral-direito que se preze -, mas o passe, a dupla acção do anúncio da TV, em que a primeira lâmina atrai o pêlo e a segunda dá-lhe a facada. Exceptuando os 107 mil espectadores que naquela tarde esgotavam o Estádio Azteca e logo perceberam a intenção de Pelé, eu e os outros mil milhões suspendemos a respiração durante quatro ou cinco intermináveis décimos de segundo em que a bola rola dos pés dele para um canto do ecrã onde não há ninguém.
Se Pelé não fosse Pelé, talvez a genialidade do lance não merecesse tamanho reconhecimento, pois o futebol é muito injusto para os jogadores que não marcam os golos, apenas os oferecem. Mas ele não só os marcou quando e onde quis, como se deu ao desfrute de os oferecer em bandeja dourada aos melhores amigos, como Carlos Alberto!
Ficha do Jogo
Árbitro: Rudi Gloeckner (RDA)
BRASIL - Félix; Carlos Alberto (cap.), Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo e Gerson; Jairzinho, Tostão, Pelé e Rivelino
Treinador: Mário Zagallo
ITÁLIA - Albertosi; Burgnich, Rosato, Facchetti (cap.) e Cera; Bertini (Juliano, 75), Mazzola, De Sisti e Domenghini; Boninsegna (Rivera, 82) e Riva
Treinador: Valcareggi
Golos: Pelé (17), Boninsegna (37), Gerson (66), Jairzinho (71) e Carlos Alberto (87)
Craig Bellamy fala das diferenças enormes entre as duas seleções
Na ausência de Marquinhos, braçadeira será do português
Dirigente português do Flamengo em entrevista a Record
Central marroquino apanha susto antes de se juntar à seleção
Dirigente português do Flamengo em entrevista a Record
Em apenas dois anos, o jovem central deu um salto de gigante na carreira e passou da equipa de reservas do River Plate para a albiceleste
Milan-Como e Villarreal-Barcelona são as exceções
Avançado ex-Sporting arrecadou o troféu Gerd Müller
Organismos e emissários de clubes têm mantido negociações secretas e já existe uma base de entendimento
Portal 'The Athletic' falou com jogadores e um professor universitário para analisar a questão