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Zlatan Ibrahimovic entrou (ainda mais) para a história do futebol com o "póquer" apontado no particular de quarta-feira entre a Suécia e a Inglaterra e, principalmente, com o soberbo golo marcado de pontapé de bicicleta, o último da contagem.
Contudo, o monumento executado pelo craque sueco, de 31 anos, não é uma situação virgem numa carreira construída à base de golos do outro Mundo.
Foi uma jogada de génio ao serviço do Ajax que “catapultou” Zlatan para a ribalta, transferindo-se para a Juventus e dando aí início a um percurso ímpar no futebol europeu.
A 22 de agosto de 2004 a formação de Amesterdão recebia o NAC Breda, em jogo da 2.ª jornada da Liga holandesa. O ambiente no seio do plantel não era o melhor, depois de Ibra ter lesionado o colega de equipa Rafael van der Vaart, a meio da semana, durante um particular entre a Suécia e a Holanda, tendo sido acusado de provocar a situação propositadamente.
No entanto, Zlatan respondeu às críticas com uma exibição de sonho, onde apontou um hat-trick no triunfo da sua equipa por 6-2. Mas o destaque foi mesmo o terceiro tento do sueco, que correspondeu ao 5-1. Uma obra-prima! Ibrahimovic pegou na bola à entrada da área e "sentou" uma mão cheia de defesas adversários, alguns deles mais do que uma vez. Nem o guardião do NAC escapou às "diabruras" do atacante sueco, que havia sido contratado em 2001 ao Malmö, clube sueco onde se formou.
Nas bancadas da Arena de Amesterdão estava um representante da Juve, que não hesitou em comunicar aos dirigentes do Ajax a intenção de contratar o avançado. O negócio seria fechado uma semana depois por 16 milhões de euros, a 31 de agosto, no último dia da janela de transferências.
A jogada correu Mundo. Por curiosidade, o vídeo desse golo conta atualmente com 4,5 milhões de visualizações no Youtube, plataforma que na altura ainda nem sequer tinha "explodido" entre as massas. Se foi o melhor tento da carreira de Ibra? É difícil dizer… Principalmente, devido aos que se seguiram, culminando com a "acrobacia" da última noite.
Não deixa de ser curioso que aquele que será, provavelmente, o melhor golo deste ano tenha acontecido apenas um dia depois de a FIFA ter anunciado os candidatos ao Prémio Puskas, que distingue o melhor tento de 2012. Ou talvez, agora, o galardão se destine apenas a eleger o segundo golo mais bonito do ano…
Portugal na história
Zlatan Ibrahimovic faz atualmente a delícia dos adeptos do PSG no Parque dos Príncipes, depois de já ter encantado, para além da já referida Arena de Amesterdão (Ajax), o Delle Alpi (Juventus), o Giuseppe Meazza ou San Siro (Inter e AC Milan) e até o Camp Nou (Barcelona).
Mas Portugal também tem um lugar guardado na história do goleador escandinavo, e em mais do que uma ocasião.
A 18 de junho de 2004, o Estádio do Dragão acolhia o Itália Suécia a contar para a 2.ª jornada do Grupo C do Europeu. A perder por 1-0 desde o minuto 37, após Cassano ter marcado para a Itália, os suecos chegariam ao empate a 3 minutos dos 90, com um golo magistral de calcanhar da autoria de (quem mais poderia ser?) Zlatan.
Um gesto técnico mais parecido com um truque de karaté - modalidade que praticou na infância e que muitos especialistas acreditam ter sido determinante para o desenvolvimento das capacidades técnicas de um jogador tão alto (1,92 metros) - do que com um remate. Mas, o que é certo é que o momento ficou gravado na história dos europeus.
Pouco mais de um ano depois, Ibra regressava a Portugal, desta vez com a Juventus, para participar na apresentação do Benfica aos sócios. O jogo tinha começado a apenas 5 minutos e já o sueco tinha silenciado as bancadas da Luz. Depois de fugir a Luisão, ainda a meio-campo, desferiu um potente remate de pé esquerdo que surpreendeu Quim. Foi só mais um dos muitos momentos mágicos na carreira do gigante, que nasceu na Suécia mas tem origem bósnia.
Até ao momento Zlatan Ibrahimovic, nome que bem poderia significar “golos espetaculares” em sueco ou em bósnio, apontou mais de 200 tentos na carreira e a maioria de belo efeito. Daqueles que perduram na memória. Seja de calcanhar, de cabeça, de bicicleta, ou de fora da área, “Ibracadabra” continua a pincelar em tons de dourado a história do futebol europeu neste início de século.