Eriksson escreve carta emocionante: «Tenho a sorte de falarem de mim enquanto estou vivo»

• Foto: Paulo Calado

Sven-Göran Eriksson, antigo treinador do Benfica que está a lutar contra um cancro terminal há vários meses, escreveu uma carta emocionante ao jornal britânico 'Telegraph', na qual agradeceu as homenagens que tem recebido dos clubes por onde passou, garantindo que lhe têm dado muita força.

"Antes de mais, peço desculpa pelo atraso. Esta coluna deveria ter começado antes do início do Europeu, mas tive um pequeno contratempo. Agora sinto-me muito melhor. Desde que soube que tinha cancro terminal viajei pela Suécia, Inglaterra, Itália e por Portugal. A bondade das pessoas levou-me muitas vezes às lágrimas. Normalmente, toda a gente fala muito bem das pessoas que já morreram. Eu tenho a sorte de falarem de mim enquanto estou vivo. O calor e o amor que senti deram-me energia e felicidade, ajudaram-me a manter-me positivo em relação ao meu estado de saúde. Tenho uma doença e toda a gente sabe disso, mas agora estou bem. Ainda estou de pé. Se perguntar aos médicos quanto tempo tenho de vida, eles saberão responder. Acho que é melhor não saber", começou por escrever Eriksson, antes de deixar elogios a Beckham, que decidiu visitá-lo e oferecer-lhe... seis garrafas de vinho. 

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"No fim de semana recebi a visita de David Beckham. Ligou-me a dizer que vinha. Mostra quem é o Beckham. Ele não tinha necessidade de vir cá, mas quis vir. Veio com seis garrafas de vinho, incluindo uma de 1948, o ano em que eu nasci. Este é o David Beckham que eu conhecia, uma pessoa extremamente boa", pode ler-se.

Eriksson também aproveitou para falar sobre o selecionador inglês Gareth Southgate, que tem sido alvo de críticas devido à prestação da seleção inglesa durante a fase de grupos do Euro'2024: "A pressão como treinador da seleção inglesa é imensa. A Inglaterra é um dos países mais ricos em futebol, mas também é como um sonho - é preciso tirar o máximo proveito disso. Quando se sai do país para ir para uma grande competição, tem-se a sensação de que se está numa missão. Sentimos que temos 60 milhões de pessoas a apoiar-nos e a pressionar-nos. Sentimo-nos como os Beatles. É a festa do futebol durante um mês e é ótimo fazer-se parte dela. É uma ótima experiência de vida. As críticas fazem parte do trabalho. Southgate é suficientemente grande para lidar com elas. Esperemos que ele siga a sua linha de pensamento e não mude muita coisa na equipa. Nunca é bom ter de mudar três, quatro ou cinco jogadores. Se ganhar o Euro'2024 vai ficar por muito tempo. Estão a falar em mudar de treinador? Nem os oiçam. Ele conhece os jogadores melhor do que ninguém. Não vale a pena negar que até agora não tem sido brilhante para a Inglaterra. Não criaram muitas oportunidades de golos, mas também não sofreram muitos".

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O antigo treinador também não perdeu a oportunidade para elogiar Jude Bellingham: "Embora a Inglaterra não tenha tido um desempenho muito bom, ficou em primeiro lugar no grupo e a competição é longa. Tenho a certeza de que Bellingham vai melhorar as suas prestações. Para mim, seria muito importante que a Inglaterra conquistasse o troféu este ano. Quero que eles tenham sucesso. Acho que têm probabilidades de chegar longe. Quando olho para o Jude Bellingham faz-me lembrar o Rooney. São jogadores diferentes, mas a idade, a coragem e a força são comuns. Bellingham será um dos jogadores de que a Inglaterra vai precisar e será uma das estrelas da competição. A Inglaterra teve sorte em estar neste lado e deve ser possível vencer qualquer equipa nessa metade, mas depois será mais difícil".

Por Record
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