Benfica: Zenit com a marca de AVB

Benfica: Zenit com a marca de AVB

Protagonista do melhor arranque da história do Zenit, com 7 vitórias em 7 jogos, pulverizando os máximos do clube nos campeonatos russo e soviético, André Villas-Boas está a produzir mais um trabalho de monta na sua carreira de quebra-recordes, como atestam os 17 triunfos em 20 partidas oficiais ao leme dos Sine-Belo-Golubye, dissipando as teses incongruentes, após as passagens por Chelsea e Tottenham, de que não seria mais do que um técnico-meteoro. O título russo e a passagem à fase seguinte da Liga dos Campeões, superando um grupo que abre a perspetiva de qualquer desfecho, são as metas para 2014/15.

Romper o passado

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Dilacerar a ideia de jogo cínica perfilhada, ao longo de mais de 4 anos, por Spalletti foi uma tarefa hercúlea para AVB. Sem perder contundência no contragolpe, a arma ofensiva preferencial sob a gestão do técnico italiano, o Zenit ganhou dinamismo e tornou-se numa equipa dominadora, de posse em futebol apoiado, bem atestado nos 85% de acerto no passe em jogos do campeonato russo, capaz de controlar o jogo no meio-campo adversário. Outro ponto de rutura é o abandono da postura expectante, suportada por uma organização defensiva férrea e pelo baixar das linhas, em prol da aposta numa linha defensiva mais subida e perspicaz a sair para fora-de-jogo, contribuindo para que a equipa pressione mais alto e revele agressividade a reagir à perda de bola.

Trio elétrico

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Travar o tridente móvel formado por Shatov, Danny e Hulk será uma condição determinante para o Benfica alcançar um bom resultado. Extremamente incisivos a explorar contra-ataques, onde Hulk, pelo seu poder de aceleração, explosão, dimensão física e agressividade a criar desequilíbrios com espaço, assume maior protagonismo, ganharam com AVB a acutilância para criar e encontrar espaços de rutura em ataque organizado. Capazes de acelerar o jogo, alternando ações individuais com combinações rápidas, sabem aproveitar a tendência de Hulk e Shatov para surgirem em espaços centrais, como também as movimentações de trás para a frente de Witsel, o oportunismo e jogo de costas de Rondón, e a argúcia de Danny a servir como pivô em tabelas, preferencialmente com o ex-portista, a atravessar um magnífico momento de forma: 7 golos e 6 assistências em 11 jogos oficiais.

Poucas debilidades

A tendência para explorar o corredor central no último terço do terreno retira agressividade ao jogo exterior, excessivamente dependente da subida dos laterais – Smolnikov é mais perigoso do que Criscito –, expondo demasiado os corredores laterais no momento de transição defensiva, o que poderá ser aproveitado pelo Benfica ao fazer chegar a bola rápida a Salvio ou Gaitán, como também pelos desdobramentos de Maxi e Eliseu. As bolas paradas ofensivas, procurando movimentos de antecipação face à marcação individual efetuada pelo Zenit, poderão ser outra arma a explorar pelos encarnados, até pela intermitência de Lodogyn fora dos postes.

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Conhecidos

Hulk assume a marcação de penáltis e livres diretos, não hesitando em procurar a baliza de qualquer ponto nos últimos 40 metros. Kerzhakov, a habitual alternativa a Rondón, é perigoso a bater em zonas próximas da área. O brasileiro partilha livres laterais e cantos com Shatov e Danny, claramente o mais incisivo pela perspicácia para os executar rapidamente e procurar combinações pouco expectáveis. A tendência passa por buscar ações de antecipação de Witsel e Javi García ao primeiro poste, como também as movimentações de Garay do segundo poste para o centro.

Fidelidade a um sistema

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O 4x2x3x1 é o sistema preferencial de AVB, técnico habitualmente avesso a promover alterações de fundo durante os jogos. Contudo, foi diante do Benfica de Jesus, ao alterar o sistema de 4x3x3 para 4x4x2 em losango, que virou, a menos de meia hora do fim, uma eliminatória da Taça de Portugal a favor do FC Porto.

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