A antevisão do médio do Manchester United
Falou com alguém no Manchester United sobre a seleção inglesa?
"Não, não falei com ninguém sobre isso. Tenho falado com eles, mas não sobre isso. A Inglaterra joga de uma maneira, nós jogamos de outra. Confio nos meus companheiros e vamos preparar-nos para o próximo jogo".
Acha que a Eslovénia pode melhorar relativamente a esse particular de março?
"Todos nós podemos fazer melhor, todos podemos dar sempre mais. São duas equipas com boas individualidades, que podem fazer a diferença em cada jogo. Confiamos em todos os jogadores que jogaram naquele jogo e ninguém me diz que o resultado seria diferente caso fossem outros jogadores em campo. Sabemos o que temos de fazer".
Não jogou contra a Eslovénia em março, quando Portugal perdeu. O que lhe disseram sobre esse jogo?
"Não joguei mas vi o jogo e falámos sobre isso nestes dias, naturalmente. A Eslovénia jogou bem, ganhou e tentámos perceber o que podemos fazer de diferente para levar a melhor. Têm dois jogadores à frente que combinam muito bem, podem ser muito perigosos. São fortes com bola, não têm medo de a ter e defendem bem. São das equipas com melhores dados a nível defensivo e têm um dos melhores guarda-redes do mundo. Esperamos conseguir marcar amanhã".
O que pode ser melhor contra a Eslovénia, dois centrais ou três centrais?
"Acho que isso tem de ser perguntado ao selecionador, não a mim. A equipa técnica passa horas e dias a ver os vídeos e a estudar os adversários, os jogadores acreditam em tudo o que é transmitido".
Sabemos que Roberto Martínez tem usado raramente o mesmo 11 inicial e sistema. O quão difícil é para os jogadores adaptarem-se a isso?
"Já estamos com ele há muito tempo, já usámos vários sistemas, mas a ideia é a mesma, não muda muito. Toda a gente na Seleção está habituada a jogar a um nível muito alto, mas isso é bom porque também muda a maneira como os adversários olham para nós, podem preparar-se de uma maneira e nós aparecemos de outra. Até agora, toda a gente está a fazer muito bem o que o mister tem pedido, mesmo que o sistema vá mudando de jogo para jogo ou até dentro do mesmo jogo".
Já tivemos várias Seleções que não jogaram tão bem e ganharam. O que esperava deste Europeu do ponto de vista qualitativo? Acha que estão aquém?
"Não gosto de tocar neste ponto porque hoje fala-se muito em estatística. Em todos os aspetos estatísticos com bola, somos das seleções melhores. Uma das seleções com mais remates, chegadas ao último terço, maior capacidade de construir jogo ofensivo. Não acho que seja jogar mal. Acho que temos sido mais respeitados do que fomos nos últimos anos, relativamente a algumas equipas que têm jogado com blocos mais baixos contra nós. E isso pode tornar esse aspeto negativo. Temos vindo a jogar bom futebol e demonstrámos isso na qualificação. Digo que o jogo com a Rep. Checa foi mais bem conseguido do que o jogo com a Turquia e o resultado não demonstra isso, com a Turquia deixámos o jogo aberto e permitimos que o jogo se tornasse um bocadinho assim. Contra a Rep. Checa, houve muito mérito nosso em mantê-los tão atrás que não criaram quase nada. Queremos sempre melhorar, jogar melhor, marcar mais golos, não sofrer e tornar o nosso jogo atrativo para que o povo goste de nos ver jogar".
A Seleção tem vivido numa onda de enorme euforia. O último jogo com a Geórgia pode ter quebrado essa onda? Há alguma frustração por esse resultado?
"Frustração não diria. Claro que após o jogo há essa frustração, mas mais a frio estamos tristes e desapontados porque queríamos ganhar os três jogos da fase de grupos, dar essa alegria aos que nos têm vindo apoiar. No jogo contra a Turquia não ouvi mais nada que não os portugueses... Falámos disso no grupo, nos sacrifícios que fazem para estarem connosco. Mas após o jogo com a Geórgia, fomos agradecer e sentimos o mesmo apoio, nos últimos dias também. Há mais aspetos negativos que têm vindo ao de cima provavelmente, mas todos sabemos que o futebol funciona assim: euforia, altos e baixos e vamos muito rápido do oito a 80. Temos de tentar que isso seja positivo para nós e, relativamente ao que é negativo, tentar abstrair disso".
Pepe falou em concentração competitiva. Tendo em conta o estatuto dele, o grupo sentiu que foi uma espécie de alerta?
"Qualquer coisa que o Pepe diga é bem vista no grupo e bem aceite. Sabemos que é um dos mais experientes que temos no grupo, em fases finais de competições importantes. Juntamente com o Cristiano são os mais experientes, não vou dizer velhos... O Pepe é muito assertivo no que diz, fácil de lidar, muito aberto e honesto. Ninguém leva de maneira não positiva o que ele diz, até porque todos sabemos que a derrota mostrou as coisas que temos de melhorar. Amanhã há que demonstrar isso".
Cristiano já lhe proporcionou um golo neste Europeu. Vê o Cristiano mais solidário, algo altruísta até?
"Não, depois desse golo surgiram mais imagens do Cristiano a assistir e uma delas foi ao Quaresma em 2012. Numa situação de um para um com o guarda-redes, qualquer avançado do mundo tem o seu foco em fazer golo, mas aquela decisão para ele foi a mais certa. Se tivesse decidido chutar, as redes da baliza estariam a balançar de qualquer das maneiras. O mais importante para todos é que Portugal saia vencedor, e o Cristiano quer que a equipa tenha sucesso para que as individualidades sobressaiam".
Há pouco disse que esperava que a Eslovénia jogasse em bloco baixo. Essa tem sido uma das dificuldades da Seleção... Foi uma das preocupações na preparação?
"Eu sei que se tem vindo a falar muito disso, principalmente depois do jogo com a Rep. Checa. Quando os blocos são tão baixos, não há espaço entre linhas e é difícil que a bola entre, temos de lateralizar um bocadinho. É preciso não forçar e isso foi uma das coisas que disse depois desse jogo, que estava frustrado porque queria tentar encontrar os médios mais ofensivos, os avançados, mas não havia esse espaço. Os nossos dois golos vêm de dois cruzamentos, de duas bolas lateralizadas onde, na primeira, o Nuno Mendes ganha e surge o autogolo. E no segundo, bola do central para o ala, consegue ganhar no um para um, a bola fica ali e o Francisco faz o golo. É preciso ter paciência com bola. Cansando a Eslovénia e tendo bola, estamos mais perto de fazer golo. É difícil entrar quando os blocos são baixos e quando as equipas defendem bem. A Eslovénia também defendeu muito bem contra nós no outro jogo, mas temos de encontrar soluções que nos levem ao sucesso".
Portugal tem de recear uma seleção como a Eslovénia?
"Não temos de recear nenhuma seleção, temos de respeitar todas elas. Não olhamos ao nome da seleção, olhamos às individualidades que têm. Esta seleção tem nomes importantes, nomes de grande qualidade. Fizemos um particular contra eles que perdemos e isso tem de nos alertar para fazermos coisas diferentes neste jogo para podermos ter um resultado positivo. Não vamos recear nenhuma seleção independentemente do nome, jogar este jogo ou contra uma das seleções ditas candidatas não muda nada. O nosso objetivo será sempre ganhar".
Depois de uma época tão desgastante, o Bruno chegou bem ao Europeu. Qual é o segredo?
"Descansar, muitas sonecas durante a tarde... Gosto de estar sempre a competir. Falei muitas vezes com o nosso staff, perguntam muitas vezes qual a maneira de encontrarmos um balanço. Se eu puder competir de 3 em 3 dias, melhor ainda. Sinto-me mais preparado para os jogos, preparado mentalmente para as dificuldades. É a minha paixão e amor pelo jogo que me fazem estar preparado e pronto para, a qualquer altura, poder representar a Seleção ou o clube".
Qual o objetivo mínimo da Seleção? Meias-finais ou final?
"O objetivo mínimo é ganhar todos os jogos e isso significa ir até à final e ganhá-la. Não há mínimos para nós. Vamos olhar jogo a jogo e só assim conseguimos chegar ao objetivo final. Nenhuma seleção vem para aqui a pensar que quer ir embora mais cedo, Portugal muito menos. Temos noção das nossas qualidades e queremos chegar o mais longe possível: à final".
O que tem de mudar relativamente ao jogo com a Geórgia? O que tiraram até agora de negativo e positivo no Europeu?
"Provavelmente, no contra-ataque, a Eslovénia pode ser muito perigosa, e até quando estão isolados conseguem dar grande profundidade. Há muita coisa positiva a retirar da fase de grupos, mas também há coisas negativas a tirar até do jogo com a Turquia. Contra a Geórgia o resultado foi negativo, mas houve coisas positivas que avaliámos. Num todo, conseguimos passar em 1.º lugar que era o mais importante. Tivemos tempo para avaliar os jogos mas agora é diferente, é o 'mata-mata'. Não há tempo para pensar no que foi mas sim no que será".
Eslovénia tem um registo bastante bom nos últimos jogos, não perde há nove. O que identificaram no estudo desta equipa como pontos fracos?
"Tivemos a possibilidade de defrontá-los num particular e não vencemos, mas foi importante para agora termos algumas ideias do que podemos fazer. Vamos ter de ser pacientes porque sabemos que defendem com um bloco baixo, são muito agressivos, fortes fisicamente. Temos de tentar ao máximo cansá-los com bola, fazê-los correr, porque sabemos que também são muito bons no contra-ataque e os avançados combinam muito bem. O mais importante para nós será fazer o melhor das nossas valências para podermos ter um bom resultado, tentando ao máximo dar o menor espaço possível".
Bruno Fernandes faz este domingo, pelas 17h45, a antevisão ao jogo dos oitavos-de-final do Euro'2024 entre Portugal e Eslovénia, marcado para amanhã, segunda-feira, pelas 20 horas.
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