Abel Ferreira: «Quando me perguntam se é neste futebol que quero continuar, fico envergonhado»

Treinador do Palmeiras faz duras críticas às últimas confusões no Brasileirão e pede "mudança da cultura desportiva"

• Foto: Reuters

Após a vitória deste domingo frente ao Santos (2-0) para a 30ª jornada do campeonato brasileiro, Abel Ferreira refletiu sobre o futebol canarinho, apontou para a necessidade de uma melhora coletiva e criticou alguns comportamentos. 

"Custa muito quando abro as notícias em Portugal e vejo imagens tristes sobre o futebol brasileiro. (...) Vi imagens nas quais não me revejo. Quando me perguntam se é neste futebol que quero continuar, fico envergonhado... O futebol brasileiro tem muita qualidade, com muitos jogadores de qualidade, o que é provado com a quantidade de atletas espalhados pelo mundo nas principais ligas", afirmou Abel, em conferência de imprensa.

Sem citar qualquer episódio em particular, as declarações do técnico terão visado as últimas confusões que decorreram em jogos do Brasileirão, como as provocações e briga entre jogadores de Internacional e Grémio ou, na semana passada, a invasão do relvado por parte de adeptos (também do Grémio), que vandalizaram o estádio e partiram os equipamentos do VAR

"Comportamentos geram comportamentos. Se quisermos melhorar a cultura deportiva do Brasil, eu tenho de melhorar, a imprensa tem de melhorar, a cultura e mentalidade dos clubes, dos dirigentes e tambémdos jogadores têm de melhorar", frisou Abel, que ainda prestou homenagem à falecida cantora Marília Mendonça. "A forma como ela encarava a vida faz-me lembrar Ayrton Senna [n.d.r.: piloto de Fórmula 1 que também morreu num trágico acidente], um ídolo e exemplo para mim. Não gostava de perder, mas respeitava os adversários. As pessoas têm de olhar para pessoas como a Marília e o Ayrton como exemplos", declarou. 

Questionado pelos jornalistas sobre se este é o melhor momento de forma do Palmeiras, Abel manteve a premissa do "jogo a jogo", mas garantiu que quer continuar com o foco no máximo. "Quando se ganha, é nessas alturas que temos de estar alerta e continuar com o pé no acelerador. Neste momento é tudo mental, vem tudo da cabeça, não é num mês que vou transformar os jogadores. A capacidade de nos mantermos focados no jogo seguinte é continuar a meter o pé e ganhar, se for possível, pois isto é um jogo", rematou o treinador português.

Por Record
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