«Eu a tentar fazer carreira no futebol e estávamos ali às voltas, com um traficante na mala do carro»

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Troy Deeney, avançado do Birmingham, recorda infância difícil num livro intitulado 'Redemption'

A vida de Troy Deeney dava um filme, mas para já deu um livro. 'Redemption' é o título da obra onde o atual jogador do Birmingham, de 33 anos, conta os momentos complicados por que passou na infância.

"Três pessoas fizeram aquilo que sou hoje. A minha mãe, Emma Deeney, a pessoa mais forte que conheço, o meu pai, Paul Anthony Burke [padrasto], que decidiu que eu ficaria com o sobrenome da minha mãe, pela reputação que ele tinha em Birmingham. Mesmo sendo violento e abusivo relativamente a mim e à minha mãe, e tendo passado a maior parte da vida na cadeia, ele cuidou de mim, ensinou-me a jogar e futebol e amava-me. E eu amei-o", contou.

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Depois explicou quem era a terceira pessoa: "Colin Hemmings é o meu pai biológico. Ele deixou-nos quando eu ainda era um bebé e tive pouco ou nenhum relacionamento com ele. Até há bem pouco tempo ficava zangado só de ouvir o seu nome. Uma rejeição destas deixa marcas numa criança e num homem e eu tenho tentado lidar com isso ao longo de toda a minha vida. Houve um período em que bebi muito, há uns 10 anos, e pensei que bebia porque não conseguia lidar com a morte. Mas as razões da minha infelicidade são muito antigas... Penso em Colin Hemmings como um dador de esperma, nada mais. Foi a única contribuição que fez na minha vida."

Mas Troy Deeney encontrou o pai biológico em várias ocasiões. "Quando o meu pai morreu, de cancro, aos 47 anos, quem foi o DJ no velório? O Colin Hemmings. Foi estranho. Ele tentou aproximar-se de mim e eu pensava 'não é o momento'. Fiz muitas coisas por causa da rejeição."

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"Tenho medo de dizer que tive uma infância infeliz porque houve coisas boas, mas também houve álcool e violência. Tive sorte porque o homem a quem chamei 'pai' cuidou de mim quando o meu pai biológico me rejeitou. O meu pai era também um criminoso profissional e sim, houve ocasiões em que ele foi violento relativamente a mim e à minha mãe. Passou a vida dentro e fora da prisão", contou o avançado sobre o padrasto.

Depois recordou um episódio que aconteceu na sua juventude com o padrasto. "Eu era um jovem jogador no ­Walsall e ele veio ver-me jogar em Northampton Town. Quando saí ele estava à minha espera, com um Mercedes azul. Eu sabia que ele não tinha um Mercedes azul, ele não tinha carro nem carta de condução. Nunca sequer a tinha tirado... Presumi que o carro fosse 'emprestado' e entrei. Ele colocou a música muito alta e falámos do jogo. Depois parámos numa bomba de gasolina, a música desligou-se e ouvi um som na bagageira do carro. 'Não te preocupes', disse-me ele. 'Que queres dizer?', perguntei eu. 'Está alguém lá dentro, mas vou deixá-lo sair dentro em breve', respondeu. E mencionou o nome de um traficante de droga. 'O quê?!', perguntei. 'Ele deve-me dinheiro por isso trouxe-o para dar um passeio. Dei-lhe comida e ele está bem. Vamos deixá-lo mais tarde e aposto que vai pagar o que deve'. Eu estava a tentar fazer uma carreira no Walsall e estávamos ali às voltas com um traficante na mala do carro..."

Depois Troy Deeney deixou uma constatação: "Para ele isto era normal. Vi referirem-se a ele como traficante em alguns perfis que fizeram sobre mim e talvez fosse um bocadinho, mas se o fez foi por pouco tempo. Não se importava com a lei. Ignorava-a e foi apanhado por isso. Nunca quis dinheiro, gostava de causar medo. Mas apesar de tudo era o meu super-herói. Ele cuidou de mim quando precisei."

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Por Record
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