José Mourinho: «Recuso-me a ir para um país onde não há pressão. Recuso-me!»

• Foto: Reuters

Desempregado há cerca de duas semanas, depois de ter sido despedido pelo Tottenham, José Mourinho não tem parado. 'Assinou' com a rádio 'talkSPORT' e com o 'The Sun' para fazer comentários durante o Europeu e deu uma extensa entrevista ao jornal 'The Times', onde analisou os seus últimos anos como treinador.

"As pessoas acham que não sou humilde, mas eu vendo muito. Sou o treinador sobre quem mais notícias se escreve em todo o Mundo", constatou o técnico português.

PUB

Mourinho não sabe que equipa vai treinar a seguir, mas não se mostra muito preocupado com isso. Pelo menos para já... "Estou a fazer uma vida normal, sinto-me fresco e calmo. Vou esperar para voltar ao futebol, talvez na próxima temporada seja prematuro. Tenho de esperar por um clube idóneo, com a cultura ideal."

Depois, explicou por que decidiu juntar-se à imprensa, agora que não está no banco. "Gosto de ser analista nos meios de comunicação social porque sinto que posso marcar a diferença. Não quero audiências, esse não é o meu trabalho, há outros que precisam de ir em alguma direção ou ser agressivos para ganhar nome. Eu vou com duas perspetivas: a primeira por mim mesmo, já que não estou a trabalhar, estou de férias e conheço as pessoas; a segunda para fazer um serviço ao futebol. Digo o que vejo, sem ter agenda."

Mourinho falou também da meia-final da Champions, entre o Chelsea e o Real Madrid, dois clubes que já treinou. "Tenho um grande respeito por todos os clubes por onde já passei. Se um dos meus anteriores clubes joga, normalmente torço por ele porque tenho ligação com as pessoas e com os adeptos. Se o Real Madrid jogasse com outro qualquer seria fácil, queria que ganhasse o Real Madrid. Mas que acontece se o Real Madrid jogar contra o Chelsea? Tenho de ir com os meus amigos. Estão lá as mesmas pessoas de quando lá estive? O presidente é o mesmo? O dono é o mesmo? Se algum dia tiver de ir para Itália treinar um rival do Inter, não pensarei duas vezes. Tenho esta forma profissional de ver as coisas e sinto-me bem com isso."

PUB

Mas Itália pode não ser o próximo destino de Mourinho, pois o técnico não esconde o quanto gosta do futebol inglês. "Inglaterra é especial para o futebol, foi a minha atração inicial", contou, admitindo não se sentir tentado a aceitar convites de França ou da Alemanha. "Também quis estar no futebol italiano e no espanhol. Na Alemanha ou em França sabes que vais para o clube A ou para o clube B e que o teu destino está escrito de forma imediata. Inglaterra é competição ao mais alto nível, há muita pressão e eu quero isso. Recuso-me a ir para um país onde não há pressão. Recuso-me!"

Mourinho explicou também que troca mensagens com Alex Ferguson, que não tem o número de Arsène Wenger mas que tem os de Klopp, Guardiola e Arteta: "Tenho os números mas isso não quer dizer que lhes telefone todos os dias." 

O treinador deixou também elogios a Harry Kane, avançado que pode sair este verão do Tottenham. "O modo como ele está a jogar, a fazer os movimentos que faz... Quando tive um avançado a fazer estas coisas? O Benzema! Porque o Drogba, não era isto, o Ibrahimovic não era isto, o Lukaku não era isto."

PUB

Por Record
Deixe o seu comentário
PUB
PUB
PUB
PUB
Ultimas de Inglaterra Notícias
Notícias Mais Vistas
PUB