Tramado por ursinhos de gomas: jogador de basquetebol dos EUA enfrenta pena de morte na Indonésia

Depois de uma vida de globetrotter, a jogar basquetebol um pouco por todo o mundo, o norte-americano Jarred Shaw, de 35 anos, foi detido na Indonésia, quando jogava nos Tangerang Hawks, e pode ser condenado à pena de morte.

O poste, de 2,11 metros, natural de Dallas, foi preso em maio deste ano por uma dezena de agentes à paisana no átrio de um hotel depois de ter sido apanhado com gomas de canábis, no valor de 400 dólares. Recebeu a mercadoria ilegal juntamente com a sua medicação para a doença de Crohn, conforme explicou em declarações ao jornal 'The Guardian'.

"Uso canábis para fins medicinais. Tenho uma doença inflamatória chamada doença de Crohn, que não tem cura. Não há medicamentos, a única coisa que impede o meu estômago de doer tanto é a canábis. Cometi um erro estúpido", admitiu o jogador, que ao longo da carreira passou por países como Argentina, Tunísia, Tailândia, Japão, Uruguai, Venezuela, República Dominicana e México, até se fixar na Indonésia, nos Tangerang Hawks.

Segundo explicou, normalmente utiliza estes produtos na Tailândia, quando não há competição, de férias. Mas o agravamento da doença fê-lo encomendar 132 ursinhos de gomas ilegais num país com regras muito mais apertadas. "Nunca passei por nada assim. Estão a dizer-me que posso passar a vida inteira na cadeia por causa de uns comestíveis de canábis... Estes meses desde que fui preso foram os piores da minha vida. A minha mente tem estado num lugar muito sombrio. Sinto-me sozinho e desamparado, nem tenho vontade de sair da cama. Tenho 35 anos, mas ainda sinto-me jovem e queria continuar a jogar basquetebol.”

Jarred Shaw insiste que não pretendia utilizar a canábis para fins recreativos. "É para a ansiedade, depressão, insónia e doença de Crohn. Não o uso para me divertir ou festejar. Alivia um pouco a minha dor de barriga, às vezes nem consigo engolir comida. O que é uma droga para eles, é um medicamento para mim. Isto não passa de uma questão cultural."

O problema é que na Indonésia o crime de tráfico de drogas é punido com a pena de morte. Em 2016 foram fuzilados um indonésio e três estrangeiros, sendo que nesta altura há cerca de meio milhar de detidos, incluindo 100 estrangeiros, que enfrentam o corredor da morte por tráfico de substâncias ilegais.

Por Isabel Dantas

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