O diferendo entre a Federação de Desportos de Combate (FNKDA) e a Federação Portuguesa de Kickboxing e Muayathai (FPKMT) não é novo, mas conheceu este domingo mais um capítulo. Assim, depois de uma comitiva da FPKMT ter regressado do Campeonato do Mundo da ISKA (International Sport Kickboxing Association) com várias medalhadas conquistadas, a FNKDA emitiu um comunicado no qual catalogou estes resultados como um "embuste".
A FNKDA, que está filiada na WAKO (World Association of Kickboxing Organizations), entidade que rege o kickboxing a nível mundial e que pretende ficar com a tutela da modalidade em território nacional, levantou uma série de dúvidas em relação à prova realizada na Turquia.
"A presença de uma seleção de kickboxing portuguesa numa prova de Artes Marciais de terceira linha, na Turquia, com um acumulado de 71 medalhas em 80 atletas devia fazer corar de vergonha quem alimenta este embuste, a começar nos órgãos estatais que dão verbas para este espetáculo lesadesporto até a alguns treinadores e ex-atletas com curriculo e carreira nas provas a sério do Kickboxing Mundial.
Em 80 atletas, 71 serem medalhados penso que é inverosímil e sério quanto baste para se olhar para o caminho que a modalidade está a seguir, que é a sua destruição, e deve servir para refletir o que se está a fazer com a modalidade. O kickboxing com esta prestação entrou direto no top dos embustes desportivos do ano.
Esta prova não tem qualquer fiscalização oficial, não há controlos anti doping ou regulação a sério, o que coloca sérios riscos sobre a integridade física dos atletas. Não há registos oficiais auditados departicipantes nem a sua origem, o equipamento não é oficial, ninguém regula estas provas a não ser os próprios, dado que são uma empresa privada.
Há um raciocínio perverso por detrás desta participação vendida como histórica: houve muitos atletas que pediram dinheiro, endividaram-se e criaram dificuldades em busca de um sonho que é este embuste, sem regulação e credibilidade. Proporcionar o sonho da medalha numa prova assim, jogando com o desejo e trabalho dos atletas é no mínimo indecoroso, desprezível e maldoso", podia ler-se no comunicado assinado por João Diogo, presidente interino da FNKDA.
Carlos Ramjanali, diretor executivo da WAKO, também se pronunciou sobre a situação no mesmo comunicado: "Este torneio organizado pela ISKA não foi de kickboxing, a prova foi organizada na Turquia pela Federação de Kempo. O nível competitivo é super baixo e é uma prova que só serve ara denegrir o Kickboxing e para a Federação Portuguesa justificar as verbas que recebe do estado. No entanto isto é um crime ao desporto, à verdade desportiva e à segurança dos atletas. A banalização das medalhas como aconteceu aqui, com atletas a fazerem apenas um combate, perderem e ainda assim ganharem a medalha de prata é um absurdo e o antagonismo do que é o desporto. O Estado tem de intervir, penso que este exemplo é claro do rumo que está a ser dado ao kickboxing em Portugal. Aliás, este campeonato na Turquia foi de artes marciais, a única agente que diz que foi de kickboxing foi a Federação Portuguesa de Kickboxing e Muay Thai, se calhar para poder justificar as verbas que recebe do estado".
A FNKDA concluiu fazendo referência ao Campeonato da Europa da WAKO, que se disputa a partir de 11 de novembro na Turquia. "Os atletas que se vão apurar para os Jogos Olímpicos Europeus e para os World Games do próximo ano, duas provas com a chancela do Comite Olímpico, vão para a Turquia na próxima semana disputar o título europeu da WAKO."
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