Santos e Figueiredo vão confiantes para a África do Sul

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European Tour saiu do Chipre e viaja para Joanesburgo, Malelane e Sun City

Ricardo Santos e Pedro Figueiredo vão aproveitar a semana de folga de que estão a gozar, por não se terem apurado para o Masters, para preparem-se da melhor maneira para os últimos três torneios do ano, na África do Sul, onde irão ter a companhia de Stephen Ferreira.

Vêm agora aí o Joburg Open, de um milhão de euros em prémios monetários, no Randpark Golf Club, em Joanesburgo (de 19 a 22 de novembro); Alfred Dunhill Championship, de 1,6 milhões de euros, no Leopard Creek Country Club, em Malelane (de 26 a 29 de novembro); e o Open da África do Sul, de um milhão de euros, no Gary Player Country Club, em Sun City (de 3 a 6 de dezembro).

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São três torneios a contarem simultaneamente para a Corrida para o Dubai do European Tour e para a Ordem de Mérito do Sunshine Tour, a primeira divisão sul-africana. Este ‘swing’ na África do Sul é uma boa oportunidade para Santos, Figueiredo e Ferreira somarem pontos para o ranking mundial.

Nesta segunda-feira, o European Tour anunciou um novo torneio no Dubai, na mesma semana do Open da África do Sul. Os melhores jogadores europeus irão dividir-se pelos dois torneios e é normal que favoreçam o do Dubai, por jogar-se no mesmo resort em que, na semana seguinte, decorrerá o DP World Tour Championship. A lista de inscritos na África do Sul poderá, por isso, apresentar-se um pouco menos forte do que tem sido habitual.

Ricardo Santos e Pedro Figueiredo estão confiantes. Os dois portugueses membros do European Tour competiram na semana passada no Aphrodite Hills Cyprus Showdown, um torneio inovador. Apesar de não terem passado o primeiro dos dois cuts da prova de um milhão de euros em prémios monetários, saíram ambos do Chipre com a sensação de estarem a jogar bem e cimentaram um pouco o seu estatuto de jogadores do top-200 da Corrida para o Dubai.

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"Esta semana voltei a jogar muito bem do tee ao green", assegurou Ricardo Santos à Tee Times Golf em exclusivo para Record. O vice-campeão nacional de profissionais terminou a prova no grupo dos 49.º classificados, entre 105 participantes, com 139 pancadas, após voltas de 71 e 68.

O agregado de -3 foi o seu sexto resultado consecutivo abaixo do Par em torneios do European Tour e, apesar de tudo, mesmo tendo sido eliminado aos 36 buracos, garantiu-lhe um prémio de três mil euros e 7,4 pontos para a ‘Race to Dubai’, mais do que outros quatro torneios desta época em que jogou as quatro voltas.

Ricardo Santos subiu 3 lugares na Corrida para o Dubai, sendo agora o 198.º. Recorde-se que quando viajou para o Chipre era o 217.º, mas os dois torneios naquela ilha mediterrânea valeram-lhe a subida ao top-200.

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"Até joguei bastante bem, tanto no primeiro como no segundo dia", frisou, por seu lado, Pedro Figueiredo, que voltou a fazer muitos birdies. Se no Open do Chipre tinham sido 16 em quatro dias, desta feita foram 11 birdies em apenas duas voltas!

‘Figgy’ concluiu a prova no grupo dos 64.º classificados, com 140 pancadas, após rondas de 71 e 69, para um agregado de 2 abaixo do Par do Aphrodite Hills Resort e um prémio de três mil euros.

Também Pedro Figueiredo terminou abaixo do Par pelo quinto torneio seguido no European Tour e os 4,1 pontos para o ranking da primeira divisão europeia permitiram-lhe melhorar 2 posições, para o 196.º posto. Em dois torneios no Chipre, subiu 4 lugares.

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Então se Santos e Figueiredo jogaram bem, porque razão não lograram passar o primeiro cut reservado aos 32 melhores jogadores do torneio? Bem, em primeiro lugar, se fosse um torneio habitual, com o cut para o top-65, teriam seguido em frente. Daí terem recebido pontos para o ranking e prémio monetário.

Mas a resposta é simples: não estiveram fortes no jogo no green, não tanto na média de putts por volta (28 para Santos e 30 para Figueiredo, com a média do torneio a cifrar-se em 29), mas mais na consistência. Houve buracos que custaram-lhes demasiadamente caro.

"No primeiro dia fiz três greens seguidos a 3 putts (nos buracos 14, 15 e 16) e até aí já tinha falhado quatro boas oportunidades de birdie de 4 metros para dentro. No segundo dia, até o jogo ter sido interrompido devido a uma trovoada, estava tudo a ser muito idêntico. Quando recomeçámos é que finalmente meti três putts nos últimos cinco buracos, o que foi positivo para ficar dentro do top-65 e pontuar no ranking", disse Ricardo Santos, de 38 anos, que até converteu 7 birdies e 1 eagle em 36 buracos, mas também sofreu 6 bogeys.

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"Em dois dias fiz quatro greens a 3 putts e um green a 4 putts. Daí o resultado não ter sido melhor, foram logo 6 pancadas perdidas ali", lamentou-se Pedro Figueiredo, de 29 anos, que foi penalizado com 7 bogeys e 1 duplo-bogey.

O Aphrodite Hills Cyprus Showdown foi uma experiência interessante para torneios que não consigam captar grandes nomes do golfe mundial. O seu formato inédito manteve o interesse até ao fim. A sua conclusão foi emocionante e isso favoreceu a transmissão televisiva, num contexto de pandemia em que não há público.

Já sem portugueses, só 32 jogadores disputaram a terceira volta e apenas 19 qualificaram-se para a última ronda. As duas últimas voltas começaram com os resultados a zero, pelo que o título foi atribuído ao jogador que melhor se exibiu no último dia e esse foi Robert MacIntyre.

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O escocês de 24 anos necessitou de dois birdies nos dois últimos buracos para ganhar com 64 pancadas, 7 abaixo do Par, batendo apenas por 1 pancada o japonês Masahiro Kawamura.

Robert MacIntyre, que em 2019 foi eleito o estreante do ano no European Tour (Sir Henry Cotton Rookie of the Year Award), um prémio ganho por Ricardo Santos em 2012, conquistou no Chipre o seu primeiro título do ano na primeira divisão europeia. O britânico embolsou 200 mil euros de prémio monetário e ascendeu ao 24.º lugar na Corrida para o Dubai, garantindo um lugar no DP World Tour Championship.

O curioso é que se fosse um torneio tradicional, o escocês teria sido "apenas" vice-campeão. Nas voltas anteriores Robert MacIntyre apresentara cartões de 65, 68 e 67. Portanto, se fossem somadas as quatro voltas, ele teria atingido as 20 pancadas abaixo do Par. O norte-americano Johannes Veerman fez melhor, com 22 abaixo do Par, graças a voltas de 67, 64, 64 e 67. Simplesmente, como para a classificação final só contava o resultado da última volta, Veerman acabou no grupo dos 4.º classificados.

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O futuro dirá se este formato inovador veio para ficar ou se terá sido um caso único numa época atípica. Agora, na África do Sul, regressa-se ao esquema competitivo habitual.

Hugo Ribeiro / Tee Times Golf (teetimes.pt) para Record.

Por Hugo Ribeiro
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