«É inevitável não chorar»: A história da nadadora venezuelana que criou um crowdfunding para continuar a competir

Paola Pérez foi vigésima classificada na prova de 10km em águas abertas

• Foto: Lusa/EPA

A história é de Paola Pérez, nadadora venezuelana que, entre muitos outros obstáculos, passou por momentos de depressão e de ansiedade, e chegou a ter de emigrar para o Chile, onde trabalhou para alugar uma piscina para poder treinar, uma vez que, no seu país natal, esse tipo de meios e instalações não estava disponível. A atleta, que chegou a ir ao Peru para participar numa prova em que a federação do seu país não lhe forneceu um fato próprio para nadar, sofreu um ataque de hipotermia devido à baixa temperatura da água, e teve de começar um crowdfunding para continuar com o seu sonho: competir. Mas a história é de superação, e Pérez conseguiu estar em Tóquio'2020 e foi vigésima classificada na prova feminina de 10km em águas abertas, a mesma onde Angélica André, atleta portuguesa, terminou na 17ª posição.

"Posso dizer que foi a época mais obscura da minha vida e à qual não penso voltar. Mas é uma realidade que se vive só com os atletas, sem o resto do mundo", começou por explicar à imprensa do seu país após a prova. "A depressão e a ansiedade existem, e cada um lida à sua maneira com os seus problemas. Eu descobri, graças à ajuda e ao apoio psicológico, que me faltava amor próprio para decidir aquilo que merecia, aquilo que queria e que necessitava. Nunca mais me vai faltar nada".

A venezuelana, que a certa altura na sua vida precisou de criar um crowdfunding para poder continuar a seguir o seu sonho de competir na modalidade, frisou que a sua classificação não foi "tão boa como esperava", mas destacou o "orgulho" em si mesma: "Falo disto porque é importante que as pessoas saibam que se pode sair da escuridão. Eu choro, porque é inevitável não chorar. Choro porque mais ninguém sabe o que vivi. Choro porque estou orgulhosa de mim, daquilo que sou agora e do que vem aí", rematou, posteriormente, nas suas redes sociais.

Por Record
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