Marc Márquez: «Podemos ter muito currículo, mas vivemos do presente e não do passado»

Piloto espanhol vai cumprir a primeira época na Gresini e afirma que o seu objetivo é lutar pelas seis primeiras posições

• Foto: Instagram Marc Márquez

Marc Marquez chocou o mundo do Moto GP em outubro de 2023 ao anunciar o término da sua relação com a Honda após 11 anos com a formação nipónica para se juntar à Gresini em 2024. O desempenho do piloto espanhol após os testes de pré-temporada tem gerado muita expectativa para a nova temporada, contudo o hexacampeão do mundo prefere manter-se discreto e adotar um discurso moderado, afirmando estar bem consciente da sua condição na conferência de antevisão do GP do Qatar, que marcará a abertura da classe rainha do motociclismo em 2024.

"Compreendo, e agradeço, que haja expectativas elevadas em relação a mim, aos meus resultados, mas tenho consciência de onde venho e como estou, sei o que passei nestes quatro anos e os passos que tenho de dar onde quero chegar. Não posso estar à espera de ganhar desde o início. Tenho de criar uma base. Pouco a pouco, tenho de voltar a ganhar confiança, ganhar um pouco da sensação da mota para crescer, para me aproximar da frente. Neste momento, nos testes, existem outros pilotos como o Bagnaia, Martin e Bastianini que são mais rápidos. Também tenho de aprender com os jovens pilotos. Estou a trabalhar em mim próprio. Há que aceitar esta situação e ser realista, é o que eu faço. Podemos ter muito currículo no desporto, mas vivemos do presente e não do passado", frisou Marc.

O piloto de 31 anos comentou como está a encarar o novo desafio na Gresini e apontou as principais diferenças estruturais entre o ambiente de uma equipa de fábrica e a satélite, assegurando que desde o início desta nova etapa sentiu muito apoio por parte da nova 'casa'.

"Foi uma pré-época totalmente diferente. Antes estava a desenvolver uma moto; agora posso concentrar-me em mim. Não me senti mal, há muitas coisas para aprender, especialmente com os melhores pilotos da Ducati. Sinto-me bem, mas não estou pronto para lutar pelo pódio ou pela vitória. Veremos onde estamos no Qatar. Desde o início, senti um grande apoio por parte dos patrões. Se não sentisse o apoio deles, não tomava esta decisão. Sempre senti uma boa relação, muito respeito e isso é importante", referiu.

"É totalmente diferente trabalhar numa equipa de fábrica do que numa equipa satélite. Tentei adaptar-me. A primeira coisa a fazer foi experimentar o que eles queriam. Falámos e chegámos a acordos. É algo a aprender: as estratégias com pneus, combustível, eletrónica e muito mais. Neste momento, outros pilotos ganharam corridas, por isso estão a fazer um bom trabalho", completou.

O piloto espanhol analisou os seus sentimentos para a estreia no Qatar com a Gresini assumindo "as borboletas no estômago", porém refere que o principal objetivo é "voltar a ser competitivo e ter motivação para continuar", refletindo sobre o seu nível competitivo e apontando os objetivos para 2024.

"Apesar de termos tido uma pré-época boa, sólida, estável, que é o que eu procurava, tenho muitas coisas para aprender e muitas questões para trabalhar. Acima de tudo, controlar o instinto de não andar como andei com a Honda e concentrar-me, como fiz nos testes, que é onde há mais tempo para compreender a mota e andar como ela pede", apontou.

"Este ano vou perceber. No ano passado sofri, mas era a melhor Honda. Em 2020, mudou a minha vida. Foram anos difíceis. Este ano quero responder a muitas perguntas a mim próprio, mas não na primeira corrida. Não há necessidade de entrar em pânico. Ser competitivo não é ganhar o Campeonato do Mundo, é lutar pelas seis primeiras posições, mas preciso de tempo. Não se pode ir do zero para o topo tão depressa", refletiu.

Márquez sempre foi um piloto com um estilo de condução muito único, à procura da perfeição e a andar no limite, mas ao mesmo tempo, controverso e causador de muitos acidentes em pista. Questionado se este ano vai ser mais tranquilo, afirma que não vai abrandar e aposta forte para a nova época. "Sou um piloto que caiu em todos os anos, com todas as motos, e estou sempre à procura do limite. Nos testes, temos toda a paciência do mundo e, com a experiência, gerimos isso de forma diferente. Depois, na corrida, há um ponto em que temos de forçar nas sessões de qualificação, forçar na corrida e haverá dias, como aconteceu nos testes, em que seremos 14.ºs; dias em que talvez consigamos estar na frente".

A primeira prova da nova temporada do Moto GP vai decorrer neste fim de semana, de 8 a 11 de março, no Qatar.

Por Record
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