Kyrgios: «Bebia, magoava-me, queimava coisas no meu braço e cortava-me como se fosse uma diversão»

Tenista recorda momento mais difícil da carreira e comenta episódio peculiar, quando comeu sushi... em conferência de imprensa

• Foto: USA Today Sports

Bem à sua maneira, o tenista australiano Nick Kyrgios concedeu uma entrevista ao jornalista britânico Piers Morgan onde, entre outros assuntos, falou sobre o momento mais difícil da carreira e sobre um dos episódios controversos que viveu, quando decidiu ir a uma conferência de imprensa pós-jogo enquanto comia... sushi.

"Federer nunca faria algo assim, tem demasiada classe...", referiu Piers Morgan, enquanto questionava Kyrgios acerca deste último momento. "Certo, mas eu não sou o Federer, é muito injusto pensar que toda a gente pode ser o Federer. 99% do ténis não está de acordo com os padrões dele. O desporto é isso, é personalidade. Ele tem nove pessoas na equipa dele, que se certificavam que tinha comida pronta [depois dos jogos], eu só tinha três: a minha namorada, o meu agente e o meu fisioterapeuta. Não tenho o luxo de ter 13 pessoas a apertarem os meus atacadores como o Roger tem. São coisas que tenho de ser eu a fazer. Comparar Kyrgios com Federer é ridículo. Qual o problema de comer sushi numa conferência de imprensa? Estou a tratar da minha nutrição. É algo muito comum, que jogadores de ténis fazem em todos os torneios. Não é anormal comer nessas alturas, acabei de sair do 'court' e não tive tempo de recuperação. Precisava de comer", explicou o australiano, de 28 anos.

Kyrgios abordou ainda o "ano e meio" mais difícil que passou no ténis profissional, lembrando algumas das coisas que fazia e das quais, assegura, se arrepende: "Foi uma altura muito sombria, para ser honesto. Ganhei torneios, mas bebia todas as noites, magoava-me, queimava coisas no meu braço, cortava-me como se fosse uma diversão. As pessoas diziam-me que não eram comportamentos normais, mas à medida que ia fazendo, parece que se tornava um 'vício pela dor'. Odiava-me, odiava acordar e ser o Nick Kyrgios, odiava ir a torneios e o facto de ninguém querer falar comigo, de só estarem à minha procura para ser um 'animador'", rematou.

Recorde-se que Kyrgios assumiu, no verão deste ano, que "a bebida e as festas" o fizeram envelhecer rapidamente, garantindo que até hoje sofre as consequências de uma vida louca.

Por Record
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