Alexandre Pais
Concedo: foi uma cena exagerada, desproporcionada, algo ridícula. Não era preciso tanta gente importante e tanto ‘pessoal menor’ a passear-se por Belém para saudar a vinda para Lisboa da Final Eight da Champions. Sou igualmente sensível ao argumento dos ‘contras’ que a competição não poderia realizar-se na Alemanha, para Bayern e Leipzig não jogarem em casa. Nem em França, devido ao PSG e ao Lyon estarem em prova. Nem em Itália, por causa da Atalanta, da Juventus e quem sabe até do Nápoles. Nem em Espanha, que qualificou o Atlético, e vive na esperança de ver passar o Barcelona e ainda o Real Madrid. Nem em Inglaterra, onde se espera que o City elimine precisamente o Real, uma vez que para o Chelsea a missão de se apurar é quase impossível. E retirando do mapa de candidatos os países das cinco grandes ligas, o que sobra? A Bélgica, a Holanda ou a Suécia, a braços com uma crise pandémica muito pior que a nossa? Ou a Rússia, que tem perto de 600 mil infetados, o triplo da Alemanha, e diz ter ‘apenas’ 8 mil casos mortais, menos que os germânicos (!), o que revela uma ausência de transparência que esconde uma situação sanitária bem mais grave?