Maratona de Budapeste: a desculpa perfeita para conhecer os encantos da capital húngara

Uma organização sem qualquer reparo a fazer e uma medalha incrível... vale a pena!

Budapeste é uma cidade que por si só vale a visita. A maratona, no fundo, é apenas mais uma belíssima desculpa para apanharmos um avião (ainda para mais há ligações diretas de Lisboa e do Porto) e rumarmos à Hungria para passar um fim de semana diferente. Correr os 42 quilómetros - ou qualquer uma das outras distâncias do programa - é um 'plus', que nos permite, por outro lado, abrir um bocadinho de espaço na barriga para desfrutar das inúmeras iguarias desta região da Europa. Pesados todos os aspetos... é tudo ganho!

Comecemos por aquilo que importa: a maratona. Este ano realizada pela 39.ª vez, reuniu ao longo de dois dias cerca de 30 mil corredores nas ruas húngaras, divididos pelas 9 provas distintas presentes no programa. Ao todo, segundo os dados da organização, mais de seis mil vieram do estrangeiro, provenientes de 110 países, sendo que metade daqueles que correram a maratona eram também de fora do país. Nós fazíamos parte deste lote, tal como cerca de mais trinta corredores portugueses.

Todos eles, acreditamos nós, saíram de Budapeste satisfeitos com aquilo que encontraram. A maratona não é uma super prova, mas entrega tudo aquilo que precisamos para passar bons momentos. O primeiro ponto que destacamos é precisamente aquela questão das 9 provas distintas do programa, o que faz com que uma viagem para correr a maratona na capital húngara possa ser também um programa para juntar um grupo de amigos com capacidades físicas distintas. E, para os mais aventureiros, é possível conciliar provas de 5 e 10 quilómetros no sábado e uma mais longa no domingo (meia maratona, 30 quilómetros ou maratona). E ainda uma outra fórmula que particularmente gostamos: maratona em estafeta de 2 ou 4 elementos. Há corridas para todos os gostos, no fundo.

Tudo bem concentrado, sem confusões

Um dos aspetos particulares desta maratona é o facto da feira da prova, partida e meta serem concentrados no mesmo local, o que facilita bastante do ponto de vista logístico. Tanto para nós, como para os próprios organizadores. Aqui, começando pela feira, diríamos que se tratava de uma estrutura básica, mas suficiente. Os kits de prova levantavam-se num espaço interior, localizado numa das universidades da cidade, ao passo que cá fora, num amplo espaço exterior, estavam algumas tendinhas de marcas. Algumas. Poucas, mas o suficiente.

Este primeiro processo foi relativamente rápido, tal como acabou por ser a própria logística de chegar à prova no domingo. O acesso às caixas de partida (divididas pelo tempo de inscrição de cada um) faz-se de forma muito civilizada e, sem grandes problemas, chegámos ao nosso local para iniciar aquela que seria a sexta maratona do ano, a terceira no espaço de 22 anos, depois de Oslo e Loch Ness. Por isso, Budapeste não seria para grandes loucuras e passaria a ser, na realidade, uma prova para desfrutar. E que boa escolha fizemos!

Budapeste é uma cidade belíssima e o percurso da prova absorve muito dessa beleza. Especialmente nos longos trechos que são feitos nas margens do Rio Danúbio. Tanto do lado de Buda, onde começa a prova, como do lado de Peste, por onde passámos em duas ocasiões. Aí temos a chance de observar, tendo o rio pelo meio, o outro lado da cidade e perceber que estamos mesmo num local abençoado por uma beleza única. O único problema desta maratona reside na necessidade de fazer 42 quilómetros numa cidade relativamente pequena como Budapeste. Passámos aos 14 quilómetros novamente pelo ponto de partida e, daí, seguimos para uma zona mais a norte, que nos leva para um ponto sem grande interesse. É literalmente só para encher a conta dos quilómetros. Mas era isso ou fazer mais umas voltas, algo que provavelmente também não seria muito agradável. No fundo, não é bonito, mas é a única forma de conseguir cumprir a distância.

E esse foi, diríamos, mesmo o único ponto da prova em que não tivemos grande apoio popular. Porque em praticamente tudo o resto - fosse de turistas, fosse de residentes -, temos apoio bem entusiasta à nossa passagem. É verdade que por falarem em húngaro não percebíamos o que nos diziam, mas vamos acreditar que sim, que estavam a incentivar-nos...

E, como sempre acontece neste tipo de aventuras de resistência que levam o nosso corpo ao limite, ter esse apoio é essencial. Neste dia, cansados pelas duas maratonas anteriores, sentimos finalmente um pouco o peso desse desgaste. Aos 30 quilómetros, também por uma falha na nutrição, quebrámos. Aí o apoio popular era reduzido, mas conforme nos fomos reaproximando da meta ele foi aparecendo. E foi-nos guiando, foi-nos enchendo o tanque de energia, para corrermos mais e mais, mesmo em esforço, os quilómetros em falta. Não foi ao ritmo que queríamos, mas foi ao ritmo necessário para absorver a beleza da cidade e também o apoio popular que se revelou surpreendentemente entusiasta, como se pode ver no vídeo abaixo.

E querem um pormenor que, parecendo pequenino, nos agradou bastante? A zona da meta, como podem ver numa das fotos acima, tinha as bandeiras de todos os países representados. A portuguesa, curiosamente, numa posição bem central e estava logo ali em cima, ao centro, enquanto cruzámos a linha de meta. O tempo? Ligeiramente acima das 3:10 horas, o que mostra que este percurso húngaro, não sendo o mais plano que vamos encontrar, pode ser palco de registos relativamente rápidos. É preciso, claro, ter feito uma boa preparação, estar em forma física e, já agora, escolher bem as sapatilhas a utilizar. Algo que, no nosso caso, confessamos que não fizemos. Optámos por levar as New Balance FuelCell SuperComp Trainer v3 e, ao cabo de 30 quilómetros, já nos tínhamos arrependido...


A post shared by Fábio Lima | Running | Marathon | Tips (@fabior46)

Por Fábio Lima
Deixe o seu comentário

Últimas Notícias

Notícias
Newsletters RecordReceba gratuitamente no seu email a Newsletter Geral ver exemplo

Ultimas de Record Running

Notícias
Notícias Mais Vistas