Era um dos momentos mas aguardados da visita. Mo Maghazachi procurou saber se, frente a Brasil e Coreia, Portugal jogou em casa ou fora mas ninguém soube responder-lhe. Simões foi o primeiro a entrar na cabina: olhou à volta, murmurou umas palavras impercetíveis e, segundos volvidos, emitiu o veredito: "Sim, esta foi a cabina em que nos equipámos nos dois jogos. A maior diferença é que, aqui no meio, havia uma banheira em cuja borda a malta se sentava para conversar. O resto continua muito parecido." O dirigente chegou pouco depois. Não ouviu Simões mas confirmou o antigo extremo-esquerdo do Benfica e da Seleção Nacional: "Esta cabina, hoje dos visitantes, tinha aqui uma banheira mas foi removida." José Augusto entrou ao mesmo tempo e dirigiu-se a um dos cacifos. Começou então a despir-se como se fosse equipar-se para o jogo.
O espírito de Otto
Quando lhe perguntaram que memórias lhe suscitava a presença naquele local sagrado, Simões deu voz ao que todos pensavam: "Aqui chegados, o que me assalta o espírito é a palestra de Otto Glória ao intervalo." O antigo extremo exemplificou então atos e gestos do treinador brasileiro que, transtornado, tirou o casaco, desapertou os botões superiores da camisa, mandou calar Eusébio ("agora é a minha vez") e deu início a uma das palestras mais marcantes de quem a escutou. O discurso foi inflamado, veemente, apaixonado, descontrolado em alguns momentos – Hilário diz que chegou a insultar jogadores. Falou de tudo em geral e de quase nada em particular; apelou aos sentimentos e omitiu os erros ; foi mais filósofo do que futebolístico.
O discurso inflamado
Otto remeteu para a derrota infligida ao seu Brasil natal e para os reflexos que isso podia ter na sua vida ("não vou poder regressar à minha terra"), considerando imperdoável que, depois de mandar os seus patrícios para casa, Portugal perdesse com uma equipa que mal sabia jogar futebol. Hilário diz que o treinador agarrou uns quantos pelos colarinhos, enquanto lhes dizia para acordarem. Não falou de tática, não recriminou por erros individuais, não deu sugestões específicas, apenas potenciou a revolta pelo desaire parcial que, apesar de tudo, já tinha sido reduzido nas dimensões: Portugal perdia por 2-3, depois de ver os norte-coreanos chegar a 0-3. De costas, abotoando a camisa, dirigindo-
-se para o local onde tinha deixado o casaco, Otto limitou-se a dizer com voz suficiente grossa para ser ouvida: "Agora vão lá para dentro e ganhem a merda do jogo." Foi o que eles fizeram. *
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