RECORD – Que sentimentos lhe provocou esta visita a locais tão importantes na sua carreira?
ANTÓNIO SIMÕES – Senti saudade e recuperei memórias. É muito bom relembrar momentos bonitos da nossa vida. Neste caso concreto é interessante e muito importante. Alimenta um pouco aquilo que é um trajeto de vida. Este espaço, este hotel, embora modificado, representa um momento marcante na vida de todos nós, na vida de Portugal, na vida do futebol português. Foi aqui que tivemos a nossa casa mãe para podermos enfrentar a primeira presença numa fase final do Campeonato do Mundo com resultados muito positivos e que confirmaram o valor de uma geração. Mas isso é relevante, importante mas é sobretudo dar a conhecer aquilo que foi Portugal, aquilo que foi o futebol português.
Qual foi a primeira coisa de que se lembrou quando entrou aqui?
AS – A entrada. A fachada. Lembro-me perfeitamente. E depois a pequena escadaria e os corredores muitos estreitos que conduzem aos quartos.
Disse que esta foi a casa mãe. Foi importante a calma que envolve este lugar?
AS – Tem de se dar o mérito à visão dos comandantes de há 50 anos. Já tinham a perceção das vantagens de um espaço que desse privacidade, que desse independência e tranquilidade para o grupo de trabalho. Recordo-me que quando aqui chegámos pouco se falou. Portugal não era uma potência do futebol que fizesse mobilizar muita comunicação social. A verdade é que pouco tempo depois, já não houve toda essa tranquilidade. Mas uma vez escolhido este local deu-nos essa privacidade para estarmos tranquilos e continuarmos o trajeto que culminou com uma participação muito interessante para o futebol português.
Qual foi o jogo em que houve maior euforia na chegada ao hotel?
AS – Todos eles, mas a vitória sobre o Brasil, que confirmou o primeiro lugar no grupo, foi um momento muito marcante. Trouxe-nos um depósito de confiança e de afirmação para o resto da competição que nos fez criar essa esperança enorme baseada na forte convicção de que Portugal poderia chegar muito longe. Infelizmente perdemos nas meias-finais. Mas este foi, de facto, um momento extremamente importante e de grande orgulho para um país tão pequeno, hostilizado na altura em que o futebol deu esse passo tão significativo para todos nós enquanto nação.
Qual foi o jogo que o marcou mais?
AS – Houve três momentos desse Mundial que me marcaram. O golo de cabeça ao Manga, no jogo contra o Brasil. Numa grande vitória que começa logo aos 8 minutos de jogo. O segundo é a minha prestação no jogo com a Coreia. Não há muito tempo eu vi o jogo e confesso que me surpreendeu. Não tinha bem a noção do jogo que consegui fazer nesse dia. São momentos muito significativos e que revelam uma prestação brilhante no conjunto da nossa Seleção. Por fim, a tristeza no jogo com a Inglaterra. Diria que no conjunto da nossa participação, dá-nos esta sensação de alegria e de orgulho do quanto esta geração foi capaz de fazer de uma forma modesta, simples, para Portugal. Não sei até, quase 50 anos depois, se o país percebeu a dimensão desse feito.
Que sensações lhe gerou a entrada em Goodison Park?
AS – Arrepiei-me ao ouvir o Hilário e o Vicente a falar deste estádio. Mais ainda do que quando aqui cheguei. São memórias inesquecíveis, momentos marcantes da nossa vida profissional. Mas vir aqui não é só futebol. Também é vida. Porque a vida é futebol. Queria aproveitar a oportunidade para agradecer a iniciativa do Record, de se lembrar de nós e ter esta atitude de reconhecimento. É um momento não só importante mas de grande sensibilidade e de justeza. Voltar a um estádio mítico onde fizemos dois jogos extraordinários é um momento inesquecível. *
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