Carlos André Gomes empossado e ao ataque da arbitragem: «Pedimos respeito pela nossa história»

• Foto: Hélder Santos/ASPress

Casa cheia na Tribuna Presidencial do Estádio do Marítimo, para assistir à tomada de posse dos novos órgãos sociais do clube para o quadriénio 2023-2027, liderados por Carlos André Gomes. O ato começou exatamente às 19h10, numa alusão ao ano de fundação do clube: 1910. Para além dos demais membros da sua direção, destaque ainda para a presença do ex-presidente Carlos Pereira e do atual líder da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Pedro Proença, que se fez acompanhar pela Diretora Executiva e mais dois elementos da sua direção. O objetivo do recém-eleito presidente é claro: devolver o clube à 1.ª Liga, primar pelo rigor e transparência. Mas contando com a presença de Pedro Proença na sala, Carlos André Gomes jogou ao ataque: "Pedimos respeito pela nossa história e um olhar atento. A nossa grande história não merece atuações pequenas. Tive um olhar atento sobre os últimos acontecimentos no último jogo. Somos defensores ativos da verdade desportiva. Não queremos ser mais que os outros, mas exigimos tratamento igual".  No final, já após a tomada de posse, o líder maritimista abordou o tema: "Não foi um recado e quem me conhece sabe que não dou recados a ninguém e que sou muito frontal. O Marítimo tem de ser tratado de acordo com a dimensão que tem e com o respeito que merece. Não queremos mais do que é dado aos outros, queremos é não ser prejudicados. Isto não foi um recado, é o normal no quotidiano num clube de futebol. Acho que foi visível para quem esteve presente no jogo que o Marítimo foi claramente prejudicado. Não queremos trazer à praça pública a condenação da arbitragem. Não é nada disso, fazemos esse trabalho à porta fechada e com as respetivas instituições, resolvendo os problemas. O que disse é um sentimento comum a todos os maritimistas, que se sentiram prejudicados num jogo. Pedi um tratamento igual aos outros clubes".

Quanto aos diferentes existentes com antigo líder do clube, Carlos Pereira e Rui Fontes, Carlos André Gomes foi direto: "Não é só resolver os diferendos com o anterior presidente Carlos Pereira. Este Marítimo tem de ter uma postura elevada e de respeito com todas as instituições e pessoas. Se queremos ser respeitados, temos de ser os primeiros a respeitar os outros. É isso que trazemos para dentro do Marítimo".

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Conversa amanhã com plantel e equipa técnica

Agora que já tomou posse, o presidente maritimista revelou que durante o dia de amanhã haverá uma apresentação formal da sua equipa diretiva ao plantel e à equipa técnica. "Vamos falar amanhã com equipa técnica e os jogadores. Será uma apresentação formal a toda a equipa e partilhar quais são as aspirações e expectativas da nossa direção em relação à equipa, percebendo também quais têm sido as dificuldades sentidas ao longo deste tempo e no que esta nova direção pode ajudar".

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Quanto ao futuro do técnico Tulipa, a eliminatória da Taça de Portugal frente ao Canelas pode não ser decisiva. "O futuro poderá ser decisivo quanto ao Marítimo, pois se for eliminado deixa de estar na Taça. Quanto ao futuro, não podemos colocar as coisas em casos extremos. Não posso entrar no clube hoje e amanhã já tomar decisões que podem ter um impacto bastante forte no clube. Tenho de saber analisar, avaliar e saber quais foram as causas, por exemplo, do Marítimo ter este comportamento desportivo, tendo alguma dificuldade de ganhar jogos em casa. Tenho de perceber isso, pois se chego e coloco uma pessoa na rua, sem perceber o que levou a isso, então, eu tenho o problema dentro de casa na mesma e um despedimento não o resolve. Tenho de analisar e perceber todas as situações".

Danny já está em campo

O último trunfo apresentado na campanha que levou à sua eleição como presidente do Marítimo, Carlos André Gomes anunciou o antigo jogador maritimista Danny como futuro Diretor Desportivo. Esta noite, o atual presidente revelou que fala "todos os dias, várias vezes ao dia com o Danny, pois é uma peça fulcral da estrutura do Marítimo. É uma pessoa em quem depositamos muita confiança. Demonstrou um amor a este clube que eu próprio não conhecia esta grandeza, pois não o conhecia pessoalmente. Temos visto que ele está 100 por cento dedicado ao projeto, com uma equipa que o quer ajudar, não tenho dúvida que é uma equipa vencedora".

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Ainda com poucos minutos na liderança do clube, Carlos André Gomes não mostrou receio sobre a realidade financeira que vai enfrentar: "Neste momento o ter receio das contas que vou encontrar não me vai resolver nada. Tenho de deitar mãos à obra e resolver. Ainda não estamos inteiramente por dentro do que é a realidade financeira do clube. Já estou aqui e não posso fugir, tenho é de arranjar soluções".

"Se o Carlos Pereira quer ajudar o Marítimo, será uma ajuda bem-vinda"

Figura bem conhecida e que marcou presença na tomada de posse foi o ex-presidente Carlos Pereira, que voltou ao estádio após uma longa ausência, período em que viu os jogos da equipa através da televisão. Quando confrontado se tinha dialogado com o antigo líder sobre a possibilidade de conceder alguma ajuda financeira, uma vez que é acionista na SAD verde-rubra, Carlos André Gomes sorriu: "Se ele puder injetar dinheiro, vou já amanhã com ele ao banco", disse, prosseguindo num tom mais sério: "Se ele estiver disposto a ajudar o Marítimo, é muito bem-vindo, não só ele, como todos os maritimistas que queiram ajudar este clube. Aquilo que esta direção quer é arranjar soluções para não estar constantemente a passar por um sufoco financeiro que possa impedir de concretizar objetivos maiores do seu dia a dia. Temos de criar condições fruto de um trabalho da direção e não situações pontuais, onde se vai bater à porta de alguém para meter dinheiro".

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No último jogo em casa, no famoso "Caldeirão dos Barreiros", a resposta do relvado deixou muitas dúvidas. E sobre esta matéria, o atual presidente foi direto: "Tenho de perceber o que se passa com o relvado. O que sei é que há alguns problemas, que são problemas estruturais. O que vamos fazer com os técnicos da empresa responsável que estão cá na Madeira é perceber que estas situações não podem voltar a acontecer. Isto também tem muito a ver com a utilização que o relvado tem vindo a ser sujeito. Vamos ver com as várias equipas, de modo a reduzir a carga de utilização do relvado".

Por João Manuel Fernandes
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