Gil Vicente vence Esperance de Tunis (1-0)

UM TENTO solitário de Marquinhos, obtido à passagem da meia hora, num forte remate cruzado desferido à entrada da área, permitiu ao Gil Vicente derrotar o Esperance de Tunis, clube que é "só" o campeão em título do continente africano.

A equipa agora dirigida pelo ex-vimaranense Ziad mostrou, de facto, possuir argumentos de peso, mas esteve sempre azarada no capítulo da finalização, em contraste com a felicidade (apesar de tudo, merecida) que acompanhou o guarda-redes Paulo Jorge durante a primeira parte. Uma mão-cheia de intervenções meritórias -- onde se destacam as antecipações providenciais a Agaye, aos 4 e 9 m, o repelão com os punhos a um disparo de Kanzari (19) e uma defesa instintiva a um tiraço de Melki (24) -- permitiram quebrar o ímpeto tunisino e começar a pôr alguma ordem "na casa". Mas, diga-se em abono da verdade, os gilistas passaram por momentos de grande apuro até ao golo obtido por Marquinhos, que terá chegado, até, um tanto contra a corrente do jogo. Fisicamente mais possantes e bastante mais velozes na condução do jogo ofensivo, os tunisinos justificaram em pleno o "ferrolho" engendrado por Álvaro Magalhães, com base no eficaz povoamento da zona intermédia, com um 4x1x4x1, que deixava Fangueiro sozinho na frente, como "vagabundo" do ataque. Embora se iniciassem "fechadinhos" q. b., os barcelenses tardaram a encontrar o antídoto para o futebol simples, rectilíneo e quase sempre jogado ao primeiro toque dos africanos.

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O equilíbrio começou, enfim, a esboçar-se depois da entrada de Jaiminho (25 m) e da nova aragem que transportou até ao flanco esquerdo. O Gil começava, enfim, a "responder" e, ao terceiro ameaço, viu premiado com golo um lance de insistência da linha atacante. O tento caiu como um balde de água fria no esforço dos tunisinos, que nunca mais lograram recompor-se do inesperado "choque".

Progressivamente refrescado na segunda parte, o Gil Vicente aguentou-se sem grandes problemas, de nada servindo o alargamento da frente de ataque tunisina a quatro elementos. A ganhar claramente a luta do meio-campo, Álvaro retocou a defesa, lançou Xandi para prender os centrais contrários e acabou por ver o contra-ataque a funcionar e a equipa lutar pela obtenção do golo da tranquilidade. Aqui e ali mal auxiliado, João Vilas Boas esteve em bom plano, mantendo a correcção no jogo sem precisar de recorrer a cartões. Mas viu-se forçado a pedir a rendição de Ricardo Nascimento, quando este se empertigou.

Álvaro Magalhães (treinador do Gil Vicente): "Foi um bom teste, contra uma grande equipa. E um bom treino físico para os jogadores. A equipa-base é mais ou menos a de hoje, mas temos opções em grande forma."

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Ziad (director-geral do Esperance de Tunis): "Foi bom para ganharmos ritmo. Na primeira parte, fomos superiores e criámos diversas situações de golo. Mas o Gil Vicente acabou por ser mais feliz e marcou."

ARTILHEIRO ZIAD DIRECTOR-GERAL

O artilheiro tunisino Ziad, que se celebrizou no V. Guimarães na primeira metade desta década, assumiu no princípio do ano as funções de director-geral do Esperance Deportive de Tunis e foi já nessa qualidade que escolheu o nosso país -- mais concretamente, Viseu -- como sede do estágio que visa preparar "um resto de ano muito difícil" para a equipa que agora dirige.

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O interregno do campeonato tunisino justifica-se, nesta altura do ano, pelas elevadas temperaturas que assolam o país, a par com o sempre nocivo (para a competição) ambiente de veraneio desta fase do ano. "Todos os anos saímos da Tunísia, por esta altura. Para além do calor excessivo (domingo estava a 42 graus), também se evita que os jogadores saiam à noite ou se descuidem da preparação", explicava-nos um Ziad já bem integrado nos suas novas funções, num português ainda fluente.

"Arrumou as botas" no final da época passada, depois de se ter sagrado o "rei" dos artilheiros, tanto no campeonato da Tunísia, como na Taça de África. E não escondeu a admiração de ver Dinis no plantel do adversário ("Ele ainda joga!?..."), ao mesmo tempo que nos dava conta do abandono recente dos relvados do defesa-central Taoufik, outro tunisino que jogou no V. Guimarães e voltou a ser colega de Ziad no Esperance de Tunis. Na quarta-feira esta equipa faz o seu último jogo em Portugal, com o Ac. Viseu, regressando à Tunísia dois dias depois.

NIGERIANOS CHEGAM TERÇA-FEIRA

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Os dois atletas da selecção nigeriana de sub-21, que o Gil Vicente ainda aguarda para dar por "fechado" o seu plantel, são aguardados terça-feira em Barcelos para serem, finalmente, integrados no plantel. Trata-se de um ponta-de-lança bem referenciado e de um defesa-central que terá ainda de prestar provas, cujas identidades os responsáveis barcelenses preferem manter em segredo até ao desembarque dos atletas.

ANTÓNIO POÇAS, com MIGUEL SÁ PEREIRA

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