Quanto Couto ''obrigou'' Deco a cantar o hino

"Logo à noite vamos juntar-nos todos no bar do hotel e vais ter de cantar o hino português. Se não o souberes cantar estás f... connosco! Sou eu mesmo que te trato da saúde..." A "tirada" de "bom gosto" pertence a Fernando Couto, no estágio da Selecção para o Portugal-Brasil.

Este é um dos momentos hilariantes contados por Deco, no seu livro que, a partir de hoje, estará à disposição do público. Um livro do qual 50 por cento das receitas vão reverter a favor da Fenacerci, instituição de solidariedade responsável pelo lançamento do Pirilampo Mágico.

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Os leitores de "Deco - O Preço da Glória" ficarão, por exemplo, a saber que aos 14 anos, então a jogar no Guarani, Deco abandonou temporariamente o futebol. Quase imposição do pai, "o sr. Osias".

As peripécias de infância simples são muitas. Era bom aluno, adorava matemática, detestava história e geografia e até jogou descalço. Não por necessidade, mas porque "sem calçado sente-se mais o contacto com a bola".

A glória que está a viver não chega para superar a separação. No Brasil estão os seus dois filhos, João Gabriel e Pedro Henriques, a viverem com a mãe, e nem o facto de ter a seu lado Yasmin, filha de Jaciara, a actual companheira, supera a ausência dos rapazes.

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Benfica

A sua vinda para Portugal, logo após ter sido despedido do CSA, convencido de que viria para o Benfica, ocupa também boa parte de um dos capítulos.

Viajou com Caju, em executiva, um "luxo" que não conhecia e, por isso, bebeu, durante toda a viagem sumo de laranja. "Não tive coragem para perguntar se havia alguma alternativa."

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À chegada ao aeroporto, Toni e Shéu esperavam... Paulo Nunes e Ronaldo, que viajaram no mesmo avião. Toni cumprimentou Deco e Caju e disse: "Vocês vão com estes senhores." O destino era Alverca: "Fartei-me de chorar."

A guerra da sua saída para o Salgueiros, a péssima reacção de Luís Filipe Vieira e a pressão de Vale e Azevedo para que não saísse - ameaçou-o de passar a treinar-se sozinho, à volta de uma árvore - são também relatadas.

A glória atingida no FC Porto; os elogios a Fernando Santos, José Mourinho e Pinto da Costa; o incidente de Jorge Costa com Octávio Machado são descritos com humor e sinceridade.

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A polémica da Selecção merece um capítulo. Deco sentiu-se dividido entre dois amores, no seu jogo de estreia: de um lado, o Brasil do outro Portugal. Mas, antes de entrar em campo, só pensou: "Se não der tudo por esta gente, vou dar por quem?" Para trás, ficavam conversas com Rui Costa, a sós, no seu quarto e com Beto.

São pequenos "flashes" da vida de um jogador que ainda sem saber andar recebeu... uma bola. Que mais havia de ser?

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