Miguel Braga deu voz ao descontentamento do Sporting, relativamente ao posicionamento do Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol no processo que conduziu à suspensão de João Palhinha.
"O Sporting foi prejudicado mais uma vez, pois esta decisão condicionou a preparação para o jogo. No regulamento existe a possibilidade da despenalização. É uma possibilidade legal. Foi unânime na imprensa desportiva que a falta foi mal assinalada, possivelmente nem era falta e muito menos cartão amarelo", começou por enunciar o responsável de comunicação dos leões, no programa Raio-X da Sporting TV, antes de avançar com mais alguns dados.
"Tivemos um árbitro, Fábio Veríssimo, que teve a coragem de assumir o erro e, em comunicação com o Conselho de Arbitragem, ter explicado que cometeu um erro. Claro que não pode ter visto o lance em toda a sua extensão, quando, depois, chegou a casa e viu que tinha feito mal", prossegue Miguel Braga, antes de questionar a competência do órgão liderado por Cláudia Santos.
"O facto de existir uma falta inexistente, o dar um cartão amarelo, um jogador ser suspenso automaticamente, o árbitro reconhecer o erro e admitir que não devia ter dado o cartão amarelo… Nada disto foi suficiente para o CD, que prejudicou o clube e o jogador João Palhinha", assume o responsável leonino, garantindo que este ataque ao órgão federativo não foi premeditado.
"Ao contrário de outros clubes, o Sporting nunca premeditou o seu ataque ou tão pouco tentou minar este CD logo desde o seu início ou quando estava a ser formado. Agora, a reflexão que nós exigimos é que, perante uma injustiça, perante as palavras de um árbitro, que reconhece o seu erro, e perante a verdade desportiva, este CD agiu de forma errada", insiste Miguel Braga, que, depois do recurso aos tribunais civis, para travar a suspensão do futebolista, não tem dúvidas de que o Tribunal Arbitral de Desporto irá contrariar a decisão do órgão federativo.
"Era o que faltava, agora, um tribunal desportivo tentar penalizar o Sporting. Isso não vai acontecer", assegura o porta-voz dos leões, argumentando que a batalha travada pelo clube "é uma questão de credibilização da própria arbitragem". "Errar é humano, o não admitir o erro e fingir que tudo está bem é que vai contra quem quer a verdade desportiva dentro de campo", acrescenta Braga, que aproveitou ainda para justificar a inclusão de Sporar no negócio que conduziu à contratação de Paulinho ao Sp. Braga.
"Se olharmos para o início da época e para os jogos que o Sporar fez (ou não) a titular, não é preciso fazer uma dedução brilhante para perceber que, possivelmente, o Sporar ia ter menos minutos em campo do que poderá ter no Sp. Braga. E, para não termos um jogador parado, a desvalorizar, durante seis meses, foi uma opção estratégica do clube que se percebe facilmente", argumenta o responsável do Sporting, que não deixa de estranhar os pormenores revelados pelos bracarenses no comunicado que confirmou a venda de Paulinho ao clube de Alvalade.
"Sei o que estava acordado dizermos, sei que numa transferência mais antiga, a do Rafa, o Sp. Braga não teve a preocupação de dar tantos pormenores. Teremos que lhes perguntar. Nós informámos aquilo que tínhamos de informar", conclui Miguel Braga, não sem antes confirmar a compra, em dezembro passado, mais 40 por cento numa futura venda de Bruno Tabata, e de reconhecer que não existe qualquer pressa em exercer o direito de opção sobre Pedro Porro.
Por João Lopes