Que ninguém se iluda – o Portugal-Brasil que vai disputar-se na madrugada de quarta-feira, em Foxborough, a sul de Boston, pode ser um encontro particular, em reencontro de amigos, mas não será um jogo a feijões, em que os dois lados não estarão preocupados com a vitória.
Acima de qualquer luta pelos pontos, que não existe, está o prestígio de cada seleção, o orgulho dos seus jogadores, a eterna vontade de ganhar dos seus treinadores. E depois há, para os portugueses, essa questão de mostrar ao Mundo se são competitivos o suficiente para travar uma equipa como a do Brasil não podendo contar com Cristiano Ronaldo.
A ausência do capitão é a notícia incontornável deste jogo no Gillette Stadium, à beira da lotação esgotada. Entre os brasileiros, há um sentimento de alívio por não poderem defrontar o craque português, mas ao mesmo tempo uma mal disfarçada presunção de que as coisas se tornam mais acessíveis sem o CR7 em campo e que o seu triunfo fica mais fácil.
Motivos de interesse
Mas não faltam motivos de interesse para olhar o jogo. Paulo Bento não deixará de apresentar a melhor equipa possível, havendo uma primeira dúvida em saber se começará já a testar a ausência forçada de Hélder Postiga no próximo encontro com Israel, fazendo alinhar Nélson Oliveira, ou se deixará para depois esse assunto.
Com o regresso de Nani ao lado direito do ataque, será de admitir que Vieirinha seja deslocado para o flanco esquerdo. A inclusão, de início, de Licá ou mesmo Josué, parece ser pouco provável, essencialmente pela pouca experiência internacional dos jogadores, mas Paulo Bento poderá pensar que o risco será mínimo e as vantagens máximas, especialmente a nível da motivação dos jogadores. Porque neste jogo é caso para dizer: amigos, amigos, negócios à parte.
MUITO PROVÁVEL
» A entrada de Nani para o flanco direito, na ausência de Ronaldo;
» Jogo com vários golos, atendendo ao poder das duas equipas, em especial a brasileira;
» Dificuldades para Portugal vencer sem Ronaldo. Não é missão impossível, mas quase;
POUCO PROVÁVEL
» Jogo fechado. Mesmo tendo em conta que os dois técnicos não gostam de arriscar de peito aberto;
» Mau jogo. Mais de 60 mil vão ao estádio para ver bom futebol e golos;
» Jogo duro. Ninguém quer voltar lesionado aos seus clubes;