Figo celebra 30º aniversário

• Foto: João Trindade

Parece que foi ontem. Os olhos de António, pai babado, reluziam ao ver o bebé nas mãos de Maria Joana, após um parto difícil, no Hospital de São Jorge de Arroios, hoje semi-abandonado.

Parece que foi ontem. Um menino franzino, baixote, mal acostumado a apanhar porrada dos grandões nos jogos de "Os Pastilhas", entrava em Alvalade com o seu melhor amigo, Miguel Brazão. João Barnabé, o técnico dos iniciados, demorou três semanas para lhes dizer que ficavam.

Parece que foi ontem. O menino-jogador estava a ficar cada vez mais próximo dos seus ídolos. Aos 17 anos, tirou uma fotografia ao lado de Maradona, em Lisboa, e não demorou muito a jogar ao lado de um outro ídolo cujas fotos recortadas enchiam os seus cadernos na adolescência, Paulo Futre. E logo na selecção.

O resto da história também parece que aconteceu ontem, pois é sabida quase de memória por todos os portugueses. Mas Luís Figo não consegue fintar tudo e conta hoje 30 anos, uma idade redonda, quase mítica para um futebolista, temida ou amada. Assinalável, de qualquer das formas.

Pouco se pode dizer de Figo que já não tenha sido dito de tantas formas, até recitado em poema. Ficam aqui alguns testemunhos de quem cruzou, mais ou menos intimamente, a vida de uma das figuras desportivas mais importantes da história de Portugal.

Sete vidas

TÍTULOS - Os mais importantes: Melhor jogador do Mundo FIFA 2001; Bola de Ouro 2000; Liga dos Campeões 2002 (Real Madrid); Campeão do Mundo sub-20 em 1991; Taça das Taças 1997 (Barcelona); Campeão de Espanha em 1998, 99 (Barcelona) e 2001 (Real Madrid); Taça de Espanha em 1997 e 99 (Barcelona); Taça de Portugal em 1995 (Sporting); Supertaça Europeia 1998 (Barcelona) e 2002 (Real Madrid); Campeão da Europa sub-16 em 1989.

CLUBES - Começou em "Os Pastilhas" mas, com 12 anos, rumou ao Sporting, onde foi treinado por João Barnabé, Carlos Pereira, Colin Dobson, Manoel Miluir e Vitorino Bastos ao longo da sua formação. Em 1995 seguiu para o Barcelona de Cruyff, de onde saiu em 2000 para o rival Real Madrid.

ÍDOLOS - Junto aos recortes que fazia dos jornais, quando surgia como notícia, estavam recortes de Paulo Futre, os seu ídolo de infância. Sempre gostou de Eusébio, Van Basten e Maradona.

NÚMEROS - O número 3, com o qual se sagrou campeão do Mundo de sub-20 em 1991; o número 7, imagem de marca na selecção e no Barcelona; o número 10, com o qual joga no Real Madrid, pois Raúl já era dono da camisola 7.

ESTREIAS - Nos iniciados B do Sporting, a 3 de Novembro de 1984, ante o Palmelense (9-0), com um golo; na selecção, nomeadamente nos sub-16, a 19 de Outubro de 1988, em Espanha (derrota por 0-1); nos seniores do Sporting, a 1 de Abril de 1990, com o Marítimo, pela mão do técnico Raul Águas.

PRIVADO - O seu grande amigo de infância foi Miguel Brazão e o primeiro carro um Honda Civic, que ainda hoje preserva em bom estado. Tirou uma fotografia com Maradona, em Lisboa, aos 17 anos. Os seus pratos favoritos são frango frito e arroz de pato. Na música, prefere o rock dos Queen. Recebe um salário de cerca de seis milhões de euros/ano e o empresário é José Veiga.

FAMÍLIA - António Caeiro Figo e Maria Joana Pestana Madeira são os pais. É casado com a sueca Helene Svedin, que conheceu em Barcelona na Primavera de 1996, num restaurante. Do relacionamento já nasceram duas filhas.

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