O verdadeiro inferno

Um derby para a história. Se alguém desconhecia o verdadeiro significado do inferno de Giuseppe Meazza, aí está um péssimo exemplo para recordar. Nos próximos dias, a UEFA decidirá se a partida acaba com 1-0 ou se as equipas jogam os últimos 17 minutos.

Tudo porque os adeptos do Inter não aprovaram a decisão do árbitro alemão Markus Merk (anulou mal um golo a Cambiasso por falta inexistente de Cruz sobre Dida num pontapé de canto) e atacaram a baliza do Milan como nunca o Inter o fez durante os 73 minutos. Foram petardos atrás de petardos, sem esquecer garrafas de plástico, isqueiros, moeda e afins, e Dida não fugiu ao "tiroteio".

O guarda-redes brasileiro, melhor jogador em campo e até da eliminatória, levou com um petardo no ombro direito e foi "resgatado" por Cafú quando a área do Milan era um mar de chamas num espectáculo inaceitável.

Shevchenko

Quanto ao jogo propriamente dito, o defensivo Milan controlou o rival, pouco dinâmico. Dida esteve sempre atento e fez três defesas fantásticas, uma delas que possibilitou o canto que originou o golo anulado e toda aquela confusão.

No meio dos remates do Inter, um do Milan fez toda a diferença. Foi um petardo de Andrei Shevchenko (similar àquele golo de Figo, ainda no Barça, em que partiu os rins a Roberto Carlos em 1998).

CRONOLOGIA DOS ACONTECIMENTOS

21.14 horas - Cambiasso marca de cabeça após canto da direita mas o árbitro assinala falta (inexistente) de Cruz sobre Dida. O juiz alemão piora a situação quando mostra o amarelo ao argentino por protestos.

21.17 horas - A "curva" do Inter está mesmo atrás da baliza de Dida e começam a cair petardos, um dos quais acerta no guarda-redes do Milan!! Cafú, heróico, vai buscar o compatriota e o jogo é interrompido.

21.40 horas - O árbitro reinicia o jogo, já com Abbiati no lugar de Dida, mas os objectos continuam a cair no relvado, já cheio de garrafas, petardos, isqueiros... Trinta segundos de jogo e tudo para o balneário.

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