Fique a saber tudo sobre a Seleção Nacional antes do arranque da fase final
João Socorro Viegas10 novembro 2022 - 18:08
Portugal prepara-se para cumprir a sua oitava participação na fase final de um Mundial - sexta consecutiva desde 2002 - e, uma vez mais, as expectativas são elevadas. Sem que seja assumida publicamente qualquer candidatura ao título, esta Seleção Nacional sonha e faz sonhar os portugueses com a qualidade e quantidade de intervenientes que Fernando Santos tem à sua disposição, numa das gerações mais capazes de sempre.
Contudo, se no papel tudo parece ser quase perfeito, na prática não tem sido bem assim. Desde a conquista da Liga das Nações em 2019, poucos têm sido os momentos de empolgamento com a Seleção. No Euro'2020 ficou claramente a sensação de que se poderia ter ido mais longe, apesar da derrota com a intimidante Bélgica; na Liga das Nações 2020/21 bastava um empate caseiro com a França para garantir um lugar na final four mas Portugal foi derrotado; na qualificação para este Mundial, uma igualdade em casa era novamente suficiente para selar o apuramento mas a Sérvia levou a melhor na Luz. Vários baldes de água fria que levantaram algumas dúvidas sobre a real capacidade desta equipa em cumprir todo o seu potencial...
Diogo Jota é o grande ausente, por lesão, mas Portugal surge com um coletivo recheado de craques - mesmo que Pepe possa ainda não estar na melhor condição física e que Cristiano Ronaldo tenha estado muito apagado esta temporada. De Diogo Costa na baliza, passando por Bernardo Silva no meio-campo, a Rafael Leão no ataque, há condições para fazer algo grandioso.
Chega ao Mundial depois de uma das piores (meia) temporadas da sua carreira. Algo a que não é alheio o início de época fora de horas, depois do imbróglio em torno do seu futuro no verão, assim como os problemas de convivência com Ten Hag no Manchester United, que chegaram a levar mesmo ao seu afastamento, ainda que temporário. Apesar do baixo rendimento nos red devils nos últimos meses, continua a ser indiscutível para Fernando Santos.
O selecionador que já foi quase um 'semideus' para os portugueses deixou há muito de ser consensual. O apuramento arrancado a ferros para o Mundial, via playoff, e principalmente o estilo pouco atrativo de jogar da equipa têm originado muitas críticas. Tem contrato até 2024, mas muito do seu futuro pode passar por aquilo que Portugal fizer no Qatar. Não ultrapassar os oitavos de final - fase onde Portugal caiu no Mundial'2018 e no Euro'2020 - pode muito bem ditar o fim de um ciclo.
António Silva foi a principal surpresa - se é que assim o podemos chamar, dado o rendimento do jovem central esta temporada - nos 26 convocados de Fernando Santos. José Sá acabou por ser o terceiro guarda-redes, deixando de fora Anthony Lopes e Rui Silva. No meio-campo, destaque para Matheus Nunes, que foi eleito, ao invés de nomes como Renato Sanches ou João Moutinho. Na frente, Gonçalo Ramos, que havia sido chamado (devido a lesão de outro jogador) na anterior convocatória mas ainda não tem qualquer internacionalização, consta também no lote de escolhidos, à semelhança de André Silva.
Existem ainda várias dúvidas sobre que onze apresentará Fernando Santos no Mundial. Diogo Jota teria a titularidade garantida mas falhará a fase final por lesão. Logo aí, apresentam-se vários candidatos ao lugar do extremo do Liverpool. Rafael Leão parece partir na frente mas João Félix também poderá ter uma palavra a dizer. No meio-campo, Otávio foi fundamental na reta final da qualificação e apenas por lesão não participou nos encontros mais recentes. Dada a boa forma no FC Porto, será de esperar que volte ao onze. Depois, a incógnita no centro da defesa. Pepe foi chamado mas subsistem dúvidas sobre a sua condição física, dada a lesão que o afasta ainda dos relvados. Em condições, é um dos titularíssimos.
HISTORIAL
Ao contrário do que sucede em Europeus, onde Portugal é dos melhores no que toca ao rácio jogos/vitórias - e já com um título conquistado, em 2016 -, em Mundiais a situação é diferente. Esta será apenas a oitava participação em fases finais. Contudo, diga-se em abono da verdade, é também a sexta consecutiva, sinal da consolidação da Seleção Nacional no mais alto patamar do futebol desde o início do século, quando em 2002 iniciou esta série. O melhor resultado continua a ser o 3.º lugar em 1966, na estreia. Em 2006, Portugal ficou perto, terminando em 4.º lugar. De então para cá, muitas desilusões. Será desta que voltaremos a sorrir na maior prova da FIFA?