Uma desilusão com requintes de malvadez (golo sofrido ao minuto 90), mas correspondente a hora e meia de clara superioridade da Sérvia, atirou Portugal para o playoff de qualificação rumo ao Mundial do Qatar. Um duelo frustrante, enigmático pela abordagem estranhamente passiva, pela incapacidade de ultrapassar as dificuldades levantadas pelo adversário e pelo tempo excessivo que a equipa demorou a responder. Depois da exibição inacreditável na Irlanda, ontem a Seleção Nacional perdeu elos de ligação com a sua identidade e com a qualidade dos seus jogadores, ao ponto de, num Estádio da Luz esgotado, ter apresentado um comportamento de equipa menor: bloco baixo, iniciativa concedida ao adversário, incapacidade para manejar a bola e agir como quem aceita que o adversário é melhor. Não é, mas foi. E esse foi o grande pecado numa noite em que a derrota esteve sempre ao virar da esquina, sensação que persistiu quando o resultado era favorável.