Manipular resultados em Inglaterra pode sair muito caro

Manipular resultados em Inglaterra pode sair muito caro
• Foto: GETTY IMAGES

“Em Inglaterra, o custo é elevado. Normalmente é de 70 mil libras [83 mil euros] por cada jogador da Premier League, mas um jogo das divisões secundárias pode custar 50 mil libras [60 mil euros].”

Chann Sankaran, 33 anos, é outro fixer (arranjador) natural de Singapura. Foi apanhado a fazer estas declarações numa investigação do jornal “The Telegraph”. Os jornalistas fingiram ser lobistas de um consórcio ilegal de apostas e filmaram Sankaran a revelar os preços de manipulação para o futebol inglês. Também disse que conhecia vários árbitros na Europa e que seria capaz de corrompê-los por um valor a rondar as 20 mil libras (24 mil euros). Na sequência desta reportagem, Sankaran foi condenado e está a cumprir pena em Londres por fraude desportiva e suborno em jogos da League Two.

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O sistema do cartel de Singapura era tão perverso que o grau de manipulação dos jogos chegava a ser catalogado por estrelas, como os hotéis, mediante o número de envolvidos. Ou seja: se os fixers tivessem apenas o árbitro, o jogo era considerado de uma estrela e as apostas seriam menores. Se tivessem uma equipa inteira, os dirigentes e o árbitro, seria um jogo de cinco estrelas e o cartel fazia apostas de grande volume. Perumal juntou-se a esta rede em 2008. Passados três anos foi detido na Finlândia e explicou o funcionamento do negócio.

O cabecilha

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O singapurense Tan Seet Eng, conhecido como Dan Tan, era o cabecilha de toda a organização. Perumal trabalhava para ele. Dan Tan criou o modelo de negócios em setembro de 2008, juntamente com os irmãos Ante e Milan Sapina, dois alemães de descendência croata. Quando os irmãos Sapina persuadissem os seus contactos para viciar jogos, Tan colocava as apostas no mercado asiático. É aqui que começa o maior problema para as autoridades anti match-fixing. Sabe-se que o mercado de apostas da Ásia é o maior do Mundo, mas ninguém conhece a sua real dimensão, uma vez que essas casas não estão ligadas ao sistema de alerta da FIFA ou aos organismos de monitorização de apostas desportivas. Dessa forma conseguem movimentar elevadas somas financeiras e podem lançar apostas a todo o tipo de partidas.

Numa entrevista ao “New York Times”, Patrick Jay, executivo da Hong Kong Jockey Club, uma das maiores organizações de jogo do Mundo, define a proporção deste mercado: “É enorme. A FIFA gaba-se dos ganhos que tem com o Mundial todos os quatro anos [alega ter lucrado 4 biliões de dólares em África do Sul, cerca de 3,2 mil milhões de euros]. Sabem o que eles chamam a 4 biliões no mercado ilegal de apostas da Ásia? Quinta-feira!”

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