Tomás Melo Gouveia ainda sonha com alguma desistência de última hora que possa permitir-lhe entrar no Portugal Masters que arranca já na quinta-feira, em Vilamoura, no entanto, é no Open de Portugal at Royal Óbidos, para a semana, que já tem os olhos postos, preparando-se da melhor maneira com um top-20 no Schladming Dachstein Open.
O irmão de Ricardo Melo Gouveia tem competido no Pro Golf Tour, uma das terceiras divisões europeias, e esteve na Áustria neste novo torneio do circuito, optando depois por não jogar a prova desta semana, tendo em vista uma (pouco provável) entrada no Portugal Masters.
"Não vou jogar nada antes do Open de Portugal at Royal Óbidos porque estou a ver se entro no Portugal Masters, mas seria algo de última hora", disse Tomás Melo Gouveia à Tee Times Golf, em exclusivo para Record, depois do 17.º lugar no Schladming Dachstein Open, de 30 mil euros em prémios monetários.
O português de 26 anos obteve a sua segunda melhor classificação da época graças a voltas de 67, 70 e 68, para um agregado de 5 abaixo do Par, que valeram-lhe um prémio de 458 euros. Mesmo assim, não evitou perder 2 lugares na Ordem de Mérito do Pro Golf Tour, para o 58.º posto.
Depois de no torneio anterior, no Starnberg Open, em Munique, ter efetuado a sua melhor volta de sempre neste circuito, de 63 (-8), voltou a mostrar atravessar uma boa fase: "Foi positivo ter feito duas voltas abaixo do Par e outra a Par. (…) No geral foi um bom torneio e espero levar este momento para o Open de Portugal para a semana".
Schladming é mais conhecida por ser uma estância de desportos de inverno, com a famosa etapa noturna da Taça do Mundo de esqui alpino, mas decidiu apostar também agora no golfe como desporto de verão e Tomás Melo Gouveia assegura que vale a pena a quem gostar do desafio: "É a primeira vez que fazem aqui um torneio do Pro Golf Tour pelo que não conhecia o campo. Curiosamente é o campo do Matthias Schwab, o jogador do European Tour que até esteve cá a fazer de caddy do irmão".
"Os greens são muito difíceis, ondulados, com a relva difícil de ler, mas não é um campo muito exigente do tee, não tem muitos obstáculos. Mesmo assim é importante colocar a bola no fairway para depois podermos ficar perto do buraco, porque os roughs estavam altos e dali não se controlava bem a bola. Não é um campo muito comprido e está num vale, com vistas lindíssimas", analisou o profissional da Srixon.
O tempo esteve bom, apesar "do frio matinal e noturno, mas com uns 18 graus durante o dia, e às vezes faz vento", mas o problema principal foi ter chovido muito na tarde da primeira jornada, "exatamente quando os portugueses estavam em campo".
Isso fez com que os seus resultados fossem logo piores do que os jogadores da manhã "que apanharam sol". Apesar de tudo, Francisco Oliveira conseguiu terminar o primeiro dia no 11.º lugar, encerrando a prova na 35.ª posição, com 1 pancada abaixo do Par, após voltas de 69, 66 e 64, que renderam-lhe 333 euros de prémio.
João Magalhães, por seu lado, não recuperou das 74 pancadas da jornada inaugural e juntou-lhe uma segunda ronda de 71 para falhar o cut com 5 pancadas acima do Par, enquanto João Zitzer também foi afastado aos 36 buracos com 15 acima do Par (77+78).
Tomás Melo Gouveia, o melhor português pelo segundo torneio seguido no Pro Golf Tour, sente que poderia ter feito melhor, não obstante o balanço positivo: "Senti-me muito confortável no jogo comprido e curto, mas no putt não estive tão confortável. Na primeira volta não comecei bem, mas depois já meti mais putts e foi um resultado positivo. Na segunda volta nem no drive nem no putt estive bem, andei à procura do resultado, tive muitas oportunidades que não concretizei, mas vá lá que acabei bem, a Par. No último dia fui mais sólido do início ao fim, mas, mesmo assim, voltei a falhar muitos putts de cinco metros para dentro".
A sua temporada de 2020 tem sido em crescendo. Este foi o seu décimo torneio no Pro Golf Tour e só passou o cut pela quarta vez. Mas, tal como Record referiu há mais de um mês, desde que regressou ao circuito, depois da reabertura em contexto de pandemia, Tomás Melo Gouveia surgiu mais forte e passou o cut pela terceira vez nos últimos quatro torneios. Este seu 17.º lugar só foi superado pelo 9.º posto no Open da Polónia, em julho.
"Venho de uma boa forma, cada vez mais confiante técnica e mentalmente. Tem sido bom conseguir estes resultados, mesmo sem serem extraordinários são um passo na direção certa e a confiança cresce", acrescentou.
Hugo Ribeiro / Tee Times Golf (teetimes.pt) para Record