Medicamentos anti-náuseas, elixir e até Coca-Cola: como os triatletas se preparam para nadar no Sena poluído

Foto: Reuters
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Águas do rio parisiense têm revelado elevados níveis de microrganismos perigosos, incluindo a bactéria E. Coli

A qualidade da água do Sena tem sido uma preocupação nos últimos dias, mas os triatletas que vão participar nos Jogos Olímpicos estão a postos para mergulhar no rio de Paris, mesmo sabendo da existência do elevado número de microrganismos perigosos que ali proliferam, particularmente a bactéria E. Coli, devido à poluição. 

Os britânicos Georgia Taylor-Brown e Alex Yee, medalhados nos Jogos de Tóquio'2020, bem como Beth Potter, líder do ranking mundial feminino, admitem não pensar muito na questão, isto embora estejam a postos para tomar medidas profiláticas. Isto inclui agentes de limpeza usados em cirurgias, elixir bucal, probióticos e até Coca-Cola.

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"Ninguém quer ficar doente, mas estamos habituados a nadar em águas de péssima qualidade. Já vimos pessoas ficarem mal-dispostas depois das provas", contou Georgia Taylor Brown, citada pelo 'The Sun'. "Mesmo em Tóquio, depois das provas o médico da seleção lavava-nos com uma solução cor de rosa usada nos hospitais, para que tudo aquilo saísse do nosso corpo."

E prosseguiu: "Aqui será uma questão de limpeza e de hidratação depois da corrida. Isto significa termos de usar coisas como 'Pepto-Bismol', um medicamento anti-náuseas, antes da prova. Também consumo muitos probióticos todos os dias, para fortalecer a minha saúde. Depois, há que usar elixir bucal logo depois da prova e beber uma Coca-Cola."

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E porquê uma Coca-Cola? "Pode parecer um mito, mas se colocares uma moeda em Coca-Cola durante a noite, ela fica limpa e talvez seja bom para o teu estômago, embora não seja o melhor para a saúde a maior parte das vezes... Infelizmente, estamos habituados a isto. Às vezes estamos a nadar em águas onde acabaram de passar barcos e vemos o óleo à nossa fente."

Alex Yee também lamenta o estado em que se encontram as águas de alguns locais onde os triatletas têm de competir. "Tenho tido muita sorte na minha carreira porque nunca fiquei doente depois de uma prova, mas precisamos de mais limpeza das águas no nosso desporto. Os atletas têm de confiar a 100 por cento nas condições que lhes são dadas. Em Paris sabemos que estão a tentar limpar a água e vamos ter de nadar nela."

 

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Beth Potter esteve no evento-teste da capital francesa no ano passado e revela como encara esta questão. "Quando estou na partida apenas penso 'entra e vai, faz o que tens a fazer'."

No entanto, é possível que o segmento de natação do triatlo possa ser anulado se os testes bacteriológicos continuarem com níveis maus. "A água é testada todos os dias. Sabemos o que está a acontecer, mas temos de nos focar nas coisas que podemos controlar. Se em vez de um triatlo tivermos um duatlo (corrida e biciclieta) será triste. Foi o que aconteceu no ano passado no evento-teste e foi uma pena. Mas se essa decisão for tomada para nossa segurança, que assim seja", acrescentou Georgia Taylor-Brown.

Por Isabel Dantas
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