Quinto colocado na final dos trampolins, Gabriel Albuquerque estava satisfeito com aquilo que fez na sua estreia olímpica, mas assume que, a determinado momento da final desta sexta-feira, chegou a sonhar com algo mais alto. Não conseguiu agora, mas assegura que um dia acontecerá.
"Claro que pensei. Pensei na medalha antes de fazer a minha série. A meio, são milésimos de segundo, em que conseguimos pensar. São milésimos de segundo em que a gente consegue mudar alguma coisa se não estiver bem. Claramente que sonhei com a medalha e vou continuar a sonhar e vou obtê-la, isso tenho a certeza, no próximo ou no a seguir ainda, irei ganhar a medalha", assegurou o jovem, de apenas 18 anos.
Quanto ao que fez em Paris, no global a nota é positiva. "Pelo trabalho todo que foi feito. Não diria que estou concretizado. Estava à espera de um bocadinho mais, mas isto já é muito bom. Afinal consegui um diploma, consegui passar à final, é esse o primeiro objetivo, a primeira fase que tem de se passar. Sonhava com a medalha e sei das minhas capacidades. Por isso não estou a falar à toa. Sei que consigo obtê-la, mas hoje não deu."
Em estreia nos Jogos Olímpicos, Gabriel Albuquerque entrou como um veterano, a demonstrar uma grande confiança... aparente. "Não é que eu seja muito confiante, vou admitir. Comigo mesmo não sou muito confiante, mas não sou ignorante naquilo que faço. Consigo mostrar, sei fazer aquilo que faço e gosto de fazer aquilo que faço. Tento ser confiante nos momentos que dá para ser. Mas é difícil ser confiante, estando consciente na mente, não sei se isso faz sentido."
Gabriel Albuquerque abordou ainda o facto de ter superado o registo de Nuno Merino em Jogos Olímpicos (sexto em Atenas, mas não lhe colocou muito peso e até deixou uma frase curiosa. "Este momento não diz nada sobre mim. Diz que neste momento foi o quinto melhor do mundo e mais nada. Vamos ver se consigo primeiro passar nos apuramentos para os Olímpicos de 2028 e se assim conseguir, melhorar a minha prestação. Quanto ao Nuno Merino, considero como amigo. Quando saí ali do trampolim e fui cumprimentá-lo, disse: já foste. Já sabia que o ia conseguir passar. Não sabia se ia ficar em quarto ou em quinto porque sabia que as medalhas, não ia conseguir. "
A fechar, o português abordou ainda toda a experiência que viveu, considerando-a "fora do comum". "Não estava à espera. Normalmente não costumo ter esta visualização toda em termos de espetadores num pavilhão em si. É incrível. É uma sensação que não se consegue explicar e estou orgulhoso de estar aqui. Por muito que não pareça, por estar assim um bocadinho retraído nas minhas respostas. Mas estou muito orgulhoso de estar aqui. Estou muito feliz por esta prestação e por ter vindo aos Jogos Olímpicos e já faz a minha vida inteira."
Por Marco MartinsEx-ginasta partilhou ainda as palavras que trocou com o jovem
Português foi 5.º na estreia olímpica e não tem dúvidas
É o melhor resultado de sempre de Portugal nesta competição
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