Alguém pediu estádios portugueses? O UEFA Euro 2004 trazia dez

O ilustre João Seixas dá aqui deu conta de que os estádios de Benfica, FC Porto e Sporting estão entre os mais requisitados para o FIFA 18. Mas se o desejo de ter estádios lusos no simulador da EA é tão forte, alguém se lembra de que já tivemos um jogo com 10 estádios aqui do nosso cantinho ?

Pois é! Foi há 13 anos, aquando do Campeonato da Europa em Portugal. O UEFA Euro 2004 chegou às lojas recheado de novidades e ficou como uma memória de um evento que marcou definitivamente o panorama nacional e – aqui que ninguém nos ouve – dificilmente vai repetir-se.

O jogo foi lançado em maio, cerca de um mês antes do início da competição. Obviamente era assente no irmão mais velho FIFA 2004. A jogabilidade e os gráficos eram os mesmos do jogo lançado uns meses antes, mas o UEFA Euro 2004 trazia magia pura, especialmente para os gamers portugueses.

Saiu para PC, Xbox e PlayStation 2, e foi na então menina dos olhos da Sony que experimentei o jogo. Curiosamente, consegui comprá-lo mais barato do que o preço de venda, devido a um erro na fixação do preço na loja. Já não há enganos como antigamente…

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O grande aliciante eram, obviamente, os estádios: era a primeira vez que um jogo oficial de um Europeu trazia todos os palcos da prova. Como bem sabemos, Portugal apostou em 10 recintos, uns remodelados e outros construídos de raiz: Luz, Alvalade, Dragão, Bessa, D. Afonso Henriques, Municipal de Coimbra, Municipal de Braga, Estádio Algarve, Dr. Magalhães Pessoa e Municipal de Aveiro.

Fielmente reproduzidos, foi para mim um grande orgulho ver os estádios lusos num jogo. Ficava maravilhado ao ver os pormenores dos recintos, principalmente nas repetições ou nos pontapés de baliza, quando a câmara filmava por trás do guarda-redes.

Mas falar de Portugal sem referir o sol não faz sentido e a EA esteve brilhante nesse sentido. E quando digo brilhante, digo-o literalmente! Uma das novidades deste jogo eram as novas condições atmosféricas à escolha. Entre elas, existia a rainha: o entardecer. Houve um cuidado exímio em reproduzir fielmente os típicos raios de sol de um final de tarde mediterrânico.

Há ainda a destacar os cânticos dos adeptos. Mais uma vez, os meus parabéns à EA pelo grande trabalho na sonorização do jogo. Todos os países tinham cânticos personalizados e perfeitamente integrados no desenrolar do jogo, isto depois de parte dos hinos soar na entrada das equipas, à qual se seguia uma inscrição no ecrã com o lema da competição "Vive o 2004!".

A cereja no topo do bolo eram os comentários na língua de Camões protagonizados pelo saudoso Jorge Perestrelo. As expressões que ficaram famosas estavam lá todas, incluindo a célebre "Ripa na rapaqueca!".

E se na vida real a "Força" de Nelly Furtado – tema que também estava no jogo – deu sorte sorte aos gregos na final da Luz, na TV lá de casa podíamos antecipar o que acabámos por fazer anos mais tarde: erguer a taça rainha da Europa em seleções.

Por Luís Miroto Simões

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