ASICS SuperBlast: um verdadeiro 'game changer'

1/2

A nossa análise ao modelo da marca japonesa

Numa altura em que o mercado das sapatilhas tem cada vez mais opções voltadas para um determinado propósito - seja em tipo de rendimento, como performance, ou para distâncias específicas -, um dos grandes problemas passa por encontrar o modelo certo para conseguir, pelo menos, cobrir duas áreas. Até porque, convenhamos, o preço das sapatilhas tem subido de forma vertiginosa nos últimos anos e cada vez se torna mais difícil ir à carteira buscar os euros necessários para um duplo investimento. Há sapatilhas conseguem preencher alguns desses requisitos, como as ASICS NovaBlast 3, que nos pareceram dos modelos mais versáteis dos últimos tempos, mas nada nos tinha preparado para o que nos chegou à redação há coisa de mês e meio.

O modelo em causa eram as ASICS SuperBlast. Umas sapatilhas que pela primeira vez nos passaram pela vista em novembro do ano passado, aquando da Maratona de Nova Iorque. Quando as vimos ficamos com a pulga atrás da orelha. Parecia algo muito interessante e quanto mais fomos lendo, mais curiosos ficamos. Os meses foram passando e uma dúvida foi sendo criada: por que razão a ASICS não decidiu comunicar mais este modelo? O tempo passou e, assim que finalmente as tivemos para testar, a dúvida não se apagou. Cresceu. E muito!

PUB

Como pode a marca japonesa praticamente ignorar a promoção a um modelo que tem tudo para ser um dos maiores sucessos de sempre? Não há outra forma de colocar as coisas: as SuperBlast são, no nosso entender, a maior surpresa do ano. As melhores sapatilhas do ano de todas as que tivemos chance de testar. Já por aqui passaram modelos que nos encheram as medidas, como as Hoka Rocket X2, as Saucony Endorphin Pro 3 ou as Puma FastR, mas é sem hesitar que damos desde já o título às SuperBlast. Porquê? Já lá vamos...

Vamos, primeiro de tudo, ao preço. Esse será, muito provavelmente, o maior facto de exclusão destas sapatilhas para quem as olhar na hora de analisar modelos para comprar. Não os condenamos, porque 220 euros por umas sapatilhas que não têm placa de fibra de carbono na meia-sola parecem algo totalmente fora do contexto. Só que não é bem assim. Porque as SuperBlast conseguem, a ritmos altos, mostrar que o efeito da placa não é assim tão notório quando há uma espuma de meia-sola com um retorno (e uma densidade) superior. É este o caso. Só que as SuperBlast também não são apenas sapatilhas para correr rápido. E é esse o verdadeiro game changer. Diríamos que são o modelo capaz de render em TODO o tipo de treinos e distâncias, sejam curtas ou longas, sejam treinos ou provas rápidos ou menos rápidos.

Ao longo de mês e meio, fizemos praticamente 200 quilómetros com elas. Havia até quase uma espécie de sensação de vício. Treino de recuperação de segunda-feira? SuperBlast. Treino de ritmo na terça? SuperBlast. Treino de séries? SuperBlast. Treino longo (a ritmo de maratona)? SuperBlast. No nosso caso, a apontar para uma maratona abaixo das 3 horas, o nosso ritmo de maratona anda em torno dos 4'15/km. Testámos nessa situação e ficamos satisfeitos. Como também gostámos quando foi para correr mais lento, já perto dos 6'/km. A sensação de responsidade não estava lá, até porque não a queríamos, mas estava um amortecimento de uma qualidade incrível. Dois 'checks' estavam feitos e o terceiro surgiu num treino de pista. Primeiro com as MagicSpeed 3 (um modelo com placa de fibra de carbono, mas com espuma FlyteFoam Blast+) e depois com estas SuperBlast (com uma mistura entre FlyteFoam Turbo e FF Blast+). As primeiras quatro repetições saíram, mas com algum custo. As outras, com SuperBlast, saíram mais rápidas e, apesar do cansaço acumulado, não pareciam tão difíceis. Se houve efeito placebo? É possível. Mas pouco provável. A estabilidade é outro ponto que nos impressionou, já que ao ter uma densidade de espuma tão elevada, sem uma placa pelo meio para segurar toda aquela potência, podíamos ter alguns problemas. Não foi o caso.

PUB
ASICS SuperBlast: um verdadeiro 'game changer'

Com isto chegamos ao ponto que apontámos em cima: o modelo mais versátil daqueles que testámos e, muito provavelmente, de todos os que estão disponíveis no mercado. Dá para fazer tudo com as SuperBlast! E isso faz com que os tais 220€ acabem por reduzir um pouco o peso na análise final, pois num só modelo levamos aquilo que eventualmente nos custaria uns 400 euros em separado (um modelo para rolar, outro para performance e outro para intervalados). Sim, a durabilidade de um só modelo não superará o de três em rotação, mas arriscamos dizer que pelo menos 1000 quilómetros estarão aqui garantidos.

E já que falamos na durabilidade, vamos já à sola, que conta com um composto que a ASICS tem feito questão de apontar como estrela, o AHAR+. E aqui também reside um aspeto interessante das sapatilhas, pois de forma a reduzir no peso, mas também aproveitando o facto de ter um modelo maximalisma - com imensa espuma na meia-sola -, a marca japonesa tratou de fazer alguns buracos na sola. Isso reduz no peso, algo que se nota, mas não compromete na durabilidade, pois com quase 200 quilómetros estão praticamente intactas. O único problema será mesmo o facto desses mesmos buracos 'chamarem' alguns detritos...

PUB
ASICS SuperBlast: um verdadeiro 'game changer'

O peso é, para lá da versatilidade, outro ponto bastante positivo destas sapatilhas, já que apesar de terem uma altura de perfil de praticamente 43 milímetros não passam a barreira das 240 gramas. Um dado super interessante, se levarmos em conta e enorme dose de espuma que a ASICS aplicou aqui. Primeiro com uma camada de FlyteFoam Blast+ para a fase inicial de contacto e depois uma outra de FlyteFoam Turbo, a mesma espuma que encontramos nas MetaSpeed Sky+ e que tão bem conta de si tem dado. Misturando estas duas espumas, na dose certa, a ASICS encontrou aqui uma fórmula ganhadora.

Tudo isto num modelo que tem outros aspetos a destacar, como o facto de ser amigo de quem tem os pés algo mais largos, pois todo o 'toe box' é muito confortável e espaçoso. Na zona superior a ASICS recupera o puxador do calcanhar, que facilita bastante o processo de calçar as sapatilhas, tão desejado pelos triatletas, havendo talvez um único senão da respirabilidade global, que nos pareceu deixar um pouco a desejar. Esse será, para lá do preço 'salgado' - que já desconstruímos um pouco acima -, o único ponto talvez menos positivo destas sapatilhas, porque de resto... são verdadeiramente ganhadoras.

PUB

Por Record
Deixe o seu comentário
PUB
PUB
PUB
PUB
Ultimas de Record Running Notícias
Notícias Mais Vistas
PUB