Para quem usou e abusou do Google Pixel 9 Pro - e ainda para mais gostou imenso da experiência -, foi com expectativa que recebemos a versão 10. No primeiro momento, porque as primeiras impressões contam, o que nos chamou a atenção foi a absoluta semelhança com a versão anterior. O design é praticamente igual e, já agora, até o peso é muitíssimo similar - 201 gramas o modelo anterior e 210 gramas a nova versão.
Aqui uns podem dizer que se esperava algum tipo de upgrade visual, mas o mais importante, especialmente quando falamos de tecnologia, é o que está dentro da máquina. E aí, a Google trabalhou bastante bem. Não é smartphone perfeito, mas é um bom passo em frente em relação ao Pixel 9 Pro, que já era um modelo muito interessante e capaz de responder a todas as demandas do dia a dia. No caso, dia a dia de um jornalista. Foi aí, num ambiente de trabalho e uso diário, que testamos este modelo. Não o puxámos para jogos ou aplicações que precisassem de uma utilização mais intensiva do processador, mas antes aquilo que estávamos habituados a fazer. É uma forma de exigir o mesmo de cada um sempre que colocamos algo à prova.
Uma das coisas que mais nos agradou foi a forma como o Pixel 10 Pro encaixou na nossa mão ao pegar-lhe. Já o 9 Pro tinha sido dos telemóveis mais fáceis de prender sem complicações, mas esta nova versão, provavelmente devido a um novo material da capa protetora traseira (que veio com o telemóvel), fica ainda melhor. Parece até mais pequeno e leve, quando na verdade tem o mesmo tamanho e até é ligeiramente mais pesado. Do ponto de vista das dimensões, é tudo igual: um ecrã de 6.3 polegadas, com 96.3 cm2 (e com ~87.6% screen-to-body ratio).
No capítulo da visualização a diferença é subtil - até 3300 nits, contra os 3000 da versão anterior -, mas nota-se. O ecrã é bem mais brilhante, especialmente em condições de luz mais intensa. E isso ajuda a ver de forma mais clara qualquer coisa que lá esteja. Outra das diferenças entre os dois modelos está no processador (Tensor G5, enquanto o 9 trazia o Tensor G4) e isso torna a experiência bem mais rápida. E esse é, no fundo o grande aditivo que este novo modelo leva.
Um novo processador que é mais rápido, algo que se agradece para um modelo que está cada vez mais idealizado para suportar as mais avançadas funcionalidades de inteligência artificial. A Google fala numa capacidade de resposta 35% superior, o que se sentirá sempre que formos pedindo mais e mais da IA. No dia a dia, no uso que lhe demos não tivemos qualquer problema e, diga-se, também não sentimos esses 35% de melhorias.
Outra mudança importante passa pela bateria, que garante uma ligeira melhoria na autonomia, que até já era bem interessante no modelo anterior. Somos facilmente capazes de ter autonomia para um dia inteiro de trabalho, com utilização de várias aplicações, reprodução de vídeos ou áudios. E até chegar ao final dessa jornada com algo para dar.
Uma aposta forte nestes modelos da Google é a câmara. Algo que quase serve para distinguir um bom de um mau smartphone, porque cada vez mais temos em nós aquela veia de fotógrafo (wannabe, no caso...). Este Pixel 10 Pro apresenta, no papel, atributos para se destacar (ver especificações abaixo), mas sem mexer grande coisa na fórmula do anterior - já era bastante bom. O grande destaque aqui - e a única novidade, no fundo - é o Pro Res Zoo, que permite um zoom digital até 100x (alimentado por IA Generativa). É um exercício interessante, mas tanto pode funcionar como... ter resultados algo estranhos. No fundo, funciona bem se o zoom for aplicado em algo menos elaborado, como prédios com cores e texturas similares ou ruas amplas.
Agora a pergunta que se impõe? Vale a pena fazer o upgrade do 9 Pro para o 10 Pro? A resposta é complexa. O 10 Pro está melhor do que o 9, mas as diferenças serão eventualmente demasiado subtis para não justificar o upgrade. Mas se, por outro lado, estiver apenas a considerar mudar de marca e tentar experimentar um Pixel, aí diríamos que investir no 10 Pro é algo bem mais seguro. Até porque a Google promete atualizações por 7 anos neste novo modelo. Não sabemos como será o mundo em 2032 - a única coisa que temos certa é que os Jogos Olímpicos serão em Brisbane -, mas é sempre bom sabermos que temos um telemóvel capaz de durar até lá.
Isto, claro, se o cuidarmos bem (fisicamente).
Especificações:
Ecrã: 6.3 polegadas 120Hz QHD+ OLED (495ppi)
Processador: Google Tensor G5
RAM: 16GB
Armazenamento: 128, 256, 512GB ou 1TB
Sistema operativo: Android 16
Câmara: 50MP + 48MP UW + 48MP 5x tele; 42MP selfie
Conetividade: 5G, nano + e-sim (US: e-sim-only), wifi 7, UWB, NFC, Bluetooth 6 and GNSS
Resistência água: IP68 (1.5m for 30 minutes)
Dimensões: 152.8 x 72.0 x 8.6mm
Peso: 207g