Miguel Moita: «Só um tolo chegaria aqui e mudava tudo»

Miguel Moita apresentado nos Barreiros
• Foto: Hélder Santos

Miguel Moita foi apresentado esta terça-feira como novo treinador do Marítimo e não podia ser mais claro nas primeiras palavras, quando confrontado com as inevitáveis comparações que serão feitas com Vítor Matos.

"Eu sabia que esse era o maior risco, mas gosto destes desafios e eu prefiro pegar numa equipa que já esteja a jogar bem. E posso dizer que só um tolo chegaria aqui e mudava tudo. A equipa está bem, tem saúde, dinâmica ofensiva, pressiona alto e gosta de o fazer, joga como equipa grande, por isso acho importante manter muitas coisas da dinâmica existente. Claro que, depois, haverá uma nuance ou outra que pode ser alterada, pois as pessoas são diferentes e nunca pode ser 100 por cento igual", frisou, acrescentando depois: "Foi muito fácil aceitar este convite do Marítimo. Quando se tratam de clubes grandes e que apresentam um projeto estruturado e com uma massa humana tão interessante, incluindo os adeptos, porque sabemos que são fervorosos, é fácil aceitar desafios como este. A equipa está num bom momento, tem bons jogadores e uma dinâmica interessantíssima."

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Habituado à exigência de equipa grande, Miguel Moita confessa que "no Monaco, por exemplo, até fazia confusão não termos essa pressão, pois perdíamos jogos e não tínhamos ninguém a pressionar". Por isso, quer "manter esta dinâmica de vitória, para que jogo a jogo consigamos levar a melhor sobre os nossos adversários".

O técnico revelou que mantém contato regular com Leonardo Jardim, de quem foi adjunto vários anos e se mantém amigo. "Foram 15 anos e ele sempre me falou bem da Madeira, como bom madeirense. Nunca passou no Marítimo, mas sempre me disse que era um grande clube", disse, pormenorizando: "Tiro muitas coisas do Leonardo. Não sou treinador que goste de desequilibrar a equipa, ou seja de atacar à toa, mas com equilíbrios bem estabelecidos e estar preparado para a transição defensiva. O risco na primeira fase de construção não deve ser desmedido, mas os jogadores têm que ter liberdade para escolher e tomar a melhor decisão."

A equipa técnica será ainda composta pelos adjuntos João Cortesão, Marco Leite, Edgar Costa (antigo jogador do clube, que exercia funções na assessoria da SAD), João Nuno, Bernardo Ramos, Fernando Monteiro e João Oliveira. Foi ainda contratado o analista Rui Carvalho, que deve chegar nos próximos dias. O contrato é válido até final da época, com mais um de opção.

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O presidente Carlos André Gomes falou no início de "um novo ciclo, mas com a mesma ambição". E frisou: "A exigência deste clube é ganhar e é máxima. O nosso objetivo continua a ser ganhar jogo após jogo e no final faremos as contas. Nada muda. De resto, vejo aqui uma ideia de continuidade, não de criar uma rotura." O dirigente enumerou as qualidades que o levaram a optar por Miguel Moita. “Gosta de uma equipa que assume o jogo pela positiva e se identifica com o trajeto feito pelo Marítimo até aqui. Uma equipa que gosta de tomar conta do jogo. Depois, continua a ser importante criar aqui uma união de grupo.”

Por Gonçalo Vasconcelos
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