A Comissão de Instrução e Inquérito da Liga, o “ministério público”, se quiserem, elaborou a nota de culpa que pede a condenação do FC Porto pelo atraso de 2.45 minutos no jogo da Taça da Liga frente ao Marítimo. É pedido que os dragões sejam penalizados com derrota, interdição do estádio ou multa. O processo segue para audiência disciplinar e será Álvaro Baptista, membro do Conselho de Disciplina da FPF, a redigir o projeto de acórdão.
Em fevereiro de 2013, o mesmo advogado elaborou o projeto de acórdão que livrou o FC Porto de ser afastado da Taça da Liga devido ao facto de ter utilizado, sem que se cumprissem as 72 horas regulamentares entre dois jogos, os jogadores Fabiano, Sebá e Tozé, numa partida entre o FC Porto e o V. Setúbal. Baptista fez mesmo questão de explicar o seu projeto de acórdão num vídeo colocado pela FPF no seu site, considerando que o regulamento de competições em causa não se aplicava à Taça da Liga mas apenas aos jogos dos campeonatos profissionais. “Não tinha sentido fazer-se interpretação por remissão de um artigo genérico que consta no regulamento da Taça da Liga”, argumentou sobre um processo que o FC Porto ganhou por omissão regulamentar, conseguindo mesmo atingir a final da competição.
Audiência marcada
A audiência disciplinar do caso está marcada para a próxima 3.ª feira, ao que tudo indica na sede da FPF, em Lisboa. O FC Porto irá apresentar a sua defesa, irão ser tidos em conta os relatórios dos árbitros e dos delegados da Liga (que apenas dão conta do atraso, sem mais explicações), e depois será elaborado por Álvaro Batista o projeto de acórdão. O CD da FPF em princípio terá apenas dez dias para decidir.
Sporting quer ser contraparte
O Sporting também estará presente na audiência disciplinar que se irá realizar na próxima 3.ª feira, para ouvir todas as partes envolvidas no caso relativo ao atraso do jogo FC Porto-Marítimo. O árbitro do jogo, Manuel Mota, e os delegados da Liga vão estar presentes, bem assim como a defesa do FC Porto, que já está preparada. Os leões, para além de levantarem o processo, também se constituíram agora como contraparte, confiando que será aplicado o n.º 2 do Artigo 116 do Regulamento Disciplinar da Liga, cujo espírito vai no sentido de no caso de prática dolosa de um atraso de um jogo que possa “causar prejuízos a terceiros” (neste caso ao Sporting), a equipa em questão ser sempre punida com a pena de derrota nessa partida, para além das multas previstas no regulamento.