Hugo Oliveira promete espetáculo no Famalicão-Estoril: «Duas equipas que vivem a querer ser grandes»

Famalicão, de Hugo Oliveira, continua invencível fora de casa
• Foto: Lusa/EPA

Depois de terem medidos forças na Taça de Portugal, Famalicão e Estoril voltam a encontrar-se, agora num embate referente ao campeonato. O desafio anterior sorriu aos minhotos e Hugo Oliveira espera que este siga o mesmo caminho, pese embora saiba que terá pela frente um adversário de grande valor que colocará grandes problemas. Garantido está apenas o espetáculo, entre duas equipas que o técnico do Famalicão diz pensarem e viverem a querer ser grandes.

Reencontro com o Estoril: "Bom, cada jogo tem a sua história, cada jogo é ditado por aquilo que vai acontecendo  minuto atrás de minuto, segundo atrás de segundo, e é ditado pelos intérpretes que vão jogando. Acredito que vai ser um jogo dentro da senda dos jogos que já tivemos com o Estoril, pelo menos desde que eu estou cá e que o treinador do Estoril está lá. Ou seja, um jogo completamente ligado à baliza do adversário, um jogo completamente ligado a querer ter a bola, um jogo completamente ligado a querer olhar o jogo ofensivamente e trazer um bom espetáculo. Depois, duas equipas que vão querer lutar pela vitória, mas como eu disse, acho que cada jogo tem a sua história e não há jogos iguais. Obviamente que jogamos com este adversário há pouco tempo. Saímos vitoriosos e é o que queremos neste próximo jogo, regressar às vitórias, dar mais um sorriso aos nossos adeptos, nomeadamente em casa, dar-lhes esta felicidade e também dar a felicidade ao nosso grupo de trabalho, que trabalha muito e que teve uma grande semana de trabalho. Chegar a este jogo e sair no final com uma vitória.

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Diferenças no Estoril em relação ao último jogo: "Bom, nós somos uma equipa e um clube que olha muito mais para dentro do que olha para fora. Temos uma forma de estar que é muito vinculativa e que, independentemente do resultado, os grandes princípios que nós temos no nosso jogo, quer com bola, quer sem bola, têm sempre que se suplantar ao adversário, independentemente daquelas que são as características e o jogar, o pensar do adversário. Obviamente que a questão estratégica é também uma questão importante e o facto de termos jogado contra este adversário há algum tempo dá-nos alguns indicadores, mas esta é uma equipa, a equipa do Estoril, que tem uma fluidez e tem uma capacidade técnica que através da sua dinâmica cria muitos problemas, muitos posicionamentos diferentes e que depois faz o adversário ter que interpretar decisões durante o jogo. Nós obviamente que estamos preparados para isso, obviamente que trabalhámos a sentir essas ideias, mas trabalhámos muito mais a pensar em nós, nos nossos princípios e a trazer uma consistência ao nosso jogo de uma forma muito mais fluida para voltarmos às vitórias e para sermos felizes."

Estoril a sofrer muitos golos: "O Estoril é uma equipa corajosa, é uma equipa à imagem do Famalicão, que pensa e vive a querer ser grande e a querer viver como aqueles que se dizem grandes, porque vivem o jogo sempre a olhar a baliza do adversário e a querer atacar. E nesse sentido temos até sentimentos do jogo parecidos, pela coragem que temos. Agora, o jogo é sempre feito de golos na baliza do adversário, não golos na nossa baliza. Nós, enquanto o Famalicão, queremos ser consistentes em todos os momentos do jogo e é muito importante para nós sentirmos que dominamos cada momento do jogo. Eu acho que este vai ser um jogo ditado pelos acontecimentos minuto a minuto, decisão atrás de decisão, capacidade individual atrás de capacidade individual, capacidade coletiva atrás de capacidade coletiva. Depois, no final, aquele que for mais competente vai sair vencedor. Um jogo que normalmente é um jogo equilibrado entre duas boas equipas e que, acima de tudo, trazem sempre bom espetáculo. E isso é o melhor para o nosso campeonato, uma liga que tem-se pautado por bons jogos de futebol perante adversários que estão ao nível do Famalicão. Por isso, acho que devemos todos ficar muito felizes quando temos equipas como a do Famalicão, como a do Estoril e outras, que querem ser corajosas, querem olhar a baliza do adversário e querem trazer o espetáculo aos adeptos."

Jogo com o Sp. Braga: "Bom, o jogo com o Braga foi um jogo, na minha opinião, extremamente competitivo, contra um adversário forte que tem vindo em crescendo, com muitas alternativas e com um investimento grande e que luta por coisas grandes. E, nesse sentido, eu acho que nós tivemos uma primeira parte positiva, em que fomos extremamente competitivos perante o adversário, em que fizemos golo, em que o adversário fez golo, em que poderíamos ter feito mais golos. Tivemos depois um período na segunda parte que não estivemos realmente próximos daquilo que são os nossos comportamentos e esse é o caminho que nós temos que seguir, que é perante adversários muito fortes, adversários bons, sermos extremamente ligados aos nossos princípios durante todos os momentos do jogo. Ou seja, ter esta consistência contínua, ter esta consistência em todos os jogos e perante todos os adversários. Obviamente, contra adversários mais fortes é mais difícil. Temos que aprender, temos que seguir. Acho que são essas experiências que vão dotar os jogadores de mais capacidade para se ligarem aos jogos competitivos, mas todos os jogos têm dificuldades. Este jogo com o Estoril vai ser um jogo muito difícil. Nós conhecemos bem o adversário, conhecemo-nos bem a nós próprios, isso é o mais importante e sabemos aquilo que temos que fazer para dar uma alegria aos nossos adeptos.

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Palavra aos adeptos: "Quero aqui, neste momento, dar uma palavra muito especial aos nossos adeptos relativamente ao jogo com o Sp. Braga, porque estiveram naquela intempérie a puxar pela nossa equipa durante 90 minutos. Bravos, corajosos, bravos aqueles que estiveram do princípio até ao fim e que estiveram lado a lado connosco e lutaram connosco. Sabem que esta equipa não vira a cara à luta e que luta sempre pelos nossos ideais. Há dias não tão bons e há momentos não tão bons. Este jogo do Sp. Braga, aquilo que, quanto a mim, aconteceu, foram momentos, ou seja, cerca de 20 minutos em que o adversário foi realmente mais forte, criou-nos alguns problemas que nós tivemos dificuldades a interpretar, mas depois não podemos deixar de dizer que terminámos o jogo novamente próximos de conseguir pontos e próximos de conseguir fazer golos que nos dariam pontos."

Jogo com o FC Porto a meio da semana: "Nós vivemos um dia de cada vez. O dia a dia é de trabalho, o dia a dia é de desenvolvimento e o dia a dia é de aprendizagem, para depois dar resposta. O dia de hoje foi um dia de trabalho completamente virado para aquilo que é o jogo de amanhã com o Estoril. Nem conversámos sobre o que vem a seguir, porque a vida é mais que um momento, mas o momento é muito importante e o momento é o Estoril."

Apoio dos adeptos: "Eu acho que foi mais uma demonstração daquela que é a identidade deste clube. Que é a coragem dentro do campo, vivenciando experiências com os adeptos. O futebol é dos adeptos jogado pelos jogadores. E nós vivemos dessa maneira. O talento dos jogadores para propiciar alegrias aos nossos adeptos. Só faz sentido esta relação. E por isso somos sempre mais fortes e temos sido mais fortes em jogos que eles estão connosco lado a lado. E que jogam connosco. Não vão ao jogo para assistir ao jogo. Se esses adeptos quisessem assistir ao jogo, tinham assistido em casa, no sofá, quentinhos com aquecimento ou com a lareira, que estava um dia espetacular para ter a lareirazinha acesa. Mas estavam lá a jogar connosco, lado a lado, sob aquela intempérie. Nós aí sentimos-nos mais fortes, que não jogamos só com 11. Por isso eu acredito que amanhã vão estar connosco novamente, esperando que seja um dia mais solarengo. Se não for, que estejam na mesma connosco, que nos puxem, que nos apoiem e que joguem connosco para nós estarmos mais fortes. E todos os jogos vai ser assim. Se jogarmos com eles, estamos mais perto de atingir os objetivos."

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Um ano ao leme do Famalicão: "Bom, Olho, com muita alegria, com muita satisfação, porque tem sido extremamente agradável. Tenho desfrutado muito, tenho dito isto muitas vezes, desfruto muito o dia-a-dia. Temos um dia-a-dia muito agradável, porque existe aqui uma relação muito forte entre aquilo que é a identidade do clube, a identidade da equipa técnica e a capacidade de trabalho. Trabalhamos todos muito, todos os departamentos do clube, do departamento de análise ao departamento médico, passando pelo departamento de performance. Todos estão em total relação com a equipa técnica e depois orientados por uma administração, por um presidente que tem projeto, tem visão e que sabe para onde quer levar o clube. Acho que o encaixe foi extremamente positivo. Obviamente que trouxemos algumas ideias diferentes, demorou o seu tempo para essas ideias partirem para dentro do campo. A partir do momento que as ideias partiram para dentro do campo, aconteceram mais resultados, aconteceu mais desenvolvimento dos jogadores e este é o caminho. O que me traz mais alegria é olhar o futuro e saber o muito que ainda pode ser feito e que podemos conseguir fazer tendo sempre esta ADN de trabalho com todos os departamentos e com esta relação de viver juntos, viajar juntos e conquistar juntos. Conquistar o quê? Conquistar desenvolvimento de talento, conquistar resultados quando existem jogos e trazer alegrias aos nossos adeptos."

Gustavo Sá e os 100 jogos na Liga: "Bom, enquanto cá estiver, tem que trabalhar muito. Tem que trabalhar muito porque tem ferramenta e tem potencial para ser ainda melhor para aquilo que já é. É bonito aquilo que já deu ao clube, é bonito ser um jogador da casa. Tem que ser um exemplo para os jogadores que vêm da academia. Como vocês sabem, a porta está completamente aberta da equipa profissional. Eu vou sair desta conferência e vou direto para o jogo dos sub-19. Nós vivemos  apaixonados pelo desenvolvimento de talento, talento que vem de fora e que vive também cá dentro e ele tem que ser um exemplo disso mesmo. Tem essa responsabilidade. Mas também tem a responsabilidade de depois ter performance dentro do campo e mostrar aquilo que é o seu talento com uma máxima. É que o mundo está aí aberto para ele e ele pode ser muito mais do que aquilo que é. Nós temos que o ajudar, eu estou cá para o ajudar, tenho que tentar fazer esse papel. A equipa técnica é uma equipa técnica que se dedica ao jogador para ajudar a desenvolver. O Sá vai ser  melhor jogador no futuro e vai dar passos. Enquanto estiver connosco, tenho a obrigação de retribuir aquilo que também foi a aposta que o clube teve nele e aquilo que ele tem feito até agora."

Por Pedro Morais
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